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65o. Festival de Veneza - 2008

22/05/2005 - 13h21
Crítica elogia as decisões do júri, mas não a seleção em Cannes

Cannes (França), 22 mai (EFE).- Apesar da crítica internacional ter concordado com a maioria das decisões do júri desta 58º edição do Festival Internacional de Cinema de Cannes, julgou que o nível geral da seleção oficial foi um pouco decepcionante.

Dos 21 filmes em competição, só três tiveram a aceitação entusiasta da maioria dos jornalistas: o belga "L'enfant", de Jean-Pierre e Luc Dardenne, que ganhou a Palma de Ouro; o americano "Broken Flowers", de Jim Jarmusch, que recebeu o Grande Prêmio, e o francês "Caché", do austríaco Michael Haneke, que levou o prêmio de Melhor Diretor.

O único filme em espanhol, "Batalla en el cielo", do mexicano Carlos Reygadas, foi considerado muito inferior a "Sangre", de Amat Escalante, outra obra da mesma nacionalidade, mas que foi projetada na seção paralela Um Certo Olhar.

De acordo com os especialistas, o filme de Escalante, que obteve o prestigioso prêmio da Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica, deveria ter sido incorporado à competição oficial.

O filme de Reygadas foi considerado de efeito e provocativo, mas com pouca substância por críticos prestigiosos como Michel Ciment, de Positif, e Jean Roy, do L'Humanité (França), e Dan Fainaru, do Globs Daily (Israel). Porém, Jean-Luc Douin, do Le Monde, gostou da produção.

Quanto aos dois prêmios concedidos para "The Three Burials of Melquíades Estrada" - de melhor intérprete masculino (seu diretor, o americano Tommy Lee Jones) e de melhor roteiro (para o mexicano Gillermo Arriaga) - foram considerados oportunos, principalmente ao roteirista.

Grande parte dos jornalistas considerou que Bill Murray, protagonista do filme de Jarmusch, merecia mais que Tommy Lee Jones o prêmio de melhor ator.

Nos outros dois prêmios, de melhor intérprete feminina para Anna Laslo - atriz de "Free Zone", do israelense Amos Gitai - e o Prêmio do Júri - para a produção chinesa "Xangai Dreams", de Wang Xiaoshuai - as opiniões estiveram divididas.

Sobre o prêmio do Júri, os críticos preferiam a produção taiuanesa "Three Times", do diretor Hou Hsiao Hsien, um habitué do festival de Côte d'Azur, ao qual já foi convidado seis vezes.

No filme, o diretor se arrisca mais na concepção formal e dramática da obra e realiza um filme mais original que o chinês, de formato mais convencional.

Um dos grandes perdedores desta 58º edição do Festival de Cannes, foi o americano "Sin City", de Robert Rodríguez e Frank Miller, que veio promovido por uma potente campanha publicitária.

A maioria da crítica internacional opinou que se tratava de uma espécie de experimento de laboratório: um filme frio e superficial, confeccionado com a famosa fórmula de "violência e sexo".

Outro diretor de quem se esperava muito, especialmente porque há muito tempo não se apresentava em Cannes, foi o alemão Wim Wenders, que com "Don't Come Knocking" decepcionou até os seus mais fiéis admiradores, que chegaram a dizer que ele imitava a si mesmo.

Finalmente, o último que frustrou as esperanças de seus fãs incondicionais foi o dinamarquês Lars von Trier, que voltou a Cannes com "Manderlay", a continuação do bem-sucedido "Dogville" (2003).

Aparentemente, o júri oficial, presidido pelo diretor bósnio Emir Kusturica e integrado, entre outros, pelo ator espanhol Javier Bardem e a mexicana Salma Hayek, e grande parte da crítica consideraram que "continuações nunca foram boas".


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