22/05/2005 - 17h47 Kusturica afirma que poucos filmes cumpriam critérios para a Palma em Cannes Cannes (França), 22 mai (EFE).- O presidente do júri da Palma de Ouro do Festival de Cannes, o diretor bósnio Emir Kusturica, afirmou que este ano "dois ou três filmes cobriam os critérios que tínhamos fixado" para a competição.
Houve "três filmes sobre os que tínhamos opiniões diferentes e que podiam aspirar ao melhor prêmio", acrescentou o diretor, durante o encontro do júri com a imprensa, um dia depois da entrega da Palma de Ouro a "L'Enfant", dos irmãos belgas Luc e Jean-Pierre Dardenne.
Embora a decisão não tenha sido unanimidade, "estamos contentes, nos despedimos como amigos e acreditamos que cumprimos com nossa missão", disse Kusturica, ao afirmar que comemorou "dançando salvagemente".
O diretor disse que o júri não terá "vergonha" do filme vencedor, "ao contrário", pois contém todos os elementos requeridos: "Há algo dramático, representa igualmente uma obra máxima sobre a base de algo mínimo, o que pode satisfazer o público.
Ao comentar alguns filmes, Kusturica disse que "talvez fossem um pouco menos bons do que eu esperava".
"Tivemos sorte, porque a seleção não tinha uma média particularmente elevada, mas houve quatro ou cinco filmes que poderiamos ter escolhido para a Palma de Ouro", afirmou depois.
O diretor bósnio comandou o júri como um "ditador", conforme se auto-intitulou. E em parte foi verdade, como explicou a atriz indiana Nandita Dás, que o chamou de "doce ditador", o que foi confirmado pela diretora francesa Agnes Warda, que contou o quanto "haviam se divertido".
"Ele se impôs como o 'comandante' desde o primeiro dia, mas teve uma atitude muito democrática, nos escutou muito mais do que esperávamos", afirmou a vencedora do prêmio Nobel de Literatura Toni Morrison ressaltou "o excelente ambiente de camaradagem" que reinou e a "minuciosa atenção" dedicada a todos os filmes.
(Por María Luisa Gaspar) | |