Por Mike Collett-White
CANNES (Reuters) - Tommy Lee Jones já demonstrou mais de uma vez a sua experiência em frente a uma câmera. Agora, mostrou que também pode estar atrás dela.
Depois da sua estréia como diretor no Festival de Cannes, em que levou os prêmios de melhor ator e melhor roteiro, o norte-americano do Texas disse esperar realizar mais filmes.
A estrela de Hollywood pode vir a realizar tal desejo, diante da reação positiva a "The Three Burials of Melquiades Estrada" (Os Três Enterros de Melquíades Estrada, em tradução livre), um moderno faroeste que se passa na fronteira dos Estados Unidos com o México.
"O filme tem o componente épico e a solidez de um bom filme dos anos 70", escreveu o crítico Geoff Andrew, da revista Time Out.
Mas nem todos ficaram impressionados. "Acho que ele é um bom ator, mas tenho muitas reservas sobre o seu talento como diretor", disse à Reuters Jean Michel Frodon, do jornal Le Monde.
Nos créditos Jones, de 58 anos, aparece como redator, ator, diretor e produtor. O roteiro é do mexicano Guillermo Arriaga.
Jones interpreta Pete Perkins, fazendeiro durão e taciturno do Texas, que tem um amigo mexicano assassinado por um guarda de fronteira dos Estados Unidos.
Perkins persegue e encontra o guarda, interpretado por Barry Pepper, e o leva a uma viagem comprida e dolorosa para dar um enterrro decente ao mexicano. A história está baseada em fatos reais.
O ator Jones é um homem de poucas palavras, e os jornalistas em Cannes se viram obrigados a consultar as notas da produção para saber o que significara para ele a experiência como diretor.
"Para mim, como diretor, eu sou um bom ator, porque eu faço tudo o que eu digo para mim mesmo fazer", afirmou ele.
Ao receber o prêmio de melhor ator ele foi mais efusivo. Disse que a estréia oficial do filme em Cannes foi um "sonho".
Jones dirigiu anteriormente um filme de televisão. Sempre foi conhecido pelos seus papéis como ator. Ganhou o Oscar em 1993 com "O Fugitivo".