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22/05/2007 - 16h07
Tarantino faz Cannes rir com seu filme de horror
Por Paul Ricard
CANNES, 22 mai (AFP) - O cineasta americano Quentin Tarantino fez Cannes rir nesta terça-feira com seu filme "Prova de Morte" ("Death Proof"), inspirado nos filmes B dos anos 70.

Treze anos depois de conquistar a Palma de Ouro com "Pulp Fiction - Tempo de Violência", Tarantino disputa novamente o prêmio máximo do Festival de Cannes com seu novo filme, fruto da paixão que partilha com seu colega Robert Rodríguez por esse gênero de filmes baratos exibidos nos "drive-in" americanos e que embalaram sua juventude.

Em uma versão mais curta, esse filme integra, junto com "Planet Terror", de Robert Rodríguez, o díptico "Grindhouse", homenagem a toda essa subcultura, que teve uma acolhida morna nos Estados Unidos,

"Prova de Morte" é uma paródia dos "slasher movies" (filmes em que um assassino psicopata se dedica à matança de adolescentes). Nele, Kurt Russell, aliás Stuntman Mike, usa seu carro de motor superpotente para matar suas vítimas.

As vítimas em questão são de grupo de belas jovens (Sydney Tamiia Poitier, filha de Sidney Poitier, Rosario Dawson, Jordan Ladd...). Três delas acabarão se vingando em um desenrolar bem feminista que leva a uma antológica perseguição.

De qualquer forma, o roteiro de "Prova de Morte" não desperta grande interesse. O tempero do filme está nas muitas referências: os títulos, a trilha original e a ambientação remetem aos anos 70; as imagens e até os defeitos são decalques dos filmes da época, bem como as alusões a filmes e o elenco, do qual fazem parte Kurt Russell, que colaborou muito com John Carpenter (como em "Enigma do Outro Mundo", "Fuga de Nova York" e "Os Aventureiros do Bairro Proibido"), e Zoe Bell, a dublê de Uma Thurman em "Kill Bill".

A homenagem é simpática e o filme provoca uma experiência agradável. Mas não tem envergadura suficiente para conquistar a Palma de Ouro, já que, embora Tarantino tenha sempre se orientado para a reabilitação da subcultura que ele tanto adora, o exercício de estilo deixa em segundo plano a ambição cinematográfica, ao contrário do que ocorreu em "Cães de Aluguel", "Pulp Fiction - Tempo de Violência", "Jackie Brown" e os dois volumes de "Kill Bill".


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