Por Mike Collett-White e James Mackenzie
CANNES (Reuters) - A 60ª edição do Festival de Cinema de Cannes foi um sucesso, tendo sido escolhido um vencedor popular entre um conjunto eclético de filmes que participaram da competição principal e que incluiu bem mais acertos do que erros.
O festival também atraiu para seu tapete vermelho uma série de grandes nomes de Hollywood, algo que sempre é importante para seu sucesso, e os relatos sobre as muitas vendas de filmes fechadas a suas margens significam que 2007 ficará na história como um dos anos melhores de Cannes.
O filme romeno "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias" levou a Palma de Ouro de melhor filme entre os 22 da competição. Foi uma escolha popular, já que os críticos tinham elogiado sua história contundente.
O filme acompanha as amigas estudantes Otilia e Gabita, que são exploradas impiedosamente quando uma delas faz um aborto ilegal.
No entanto, apesar de ser ambientado na paisagem impiedosa da Europa Oriental socialista, a história ressalta os esforços das duas para salvar uma à outra.
A escolha foi um caso raro de consenso entre o júri de nove membros e o público maior de jornalistas e críticos.
Haverá poucas queixas, também, em relação aos outros filmes premiados.
O Grande Prêmio (o segundo mais importante) ficou com o aclamado "A Floresta de Mogari", filme japonês sobre luto e pesar dirigido por Naomi Kawase.
O prêmio de melhor direção ficou com Julian Schanbel por "O Escafandro e a Borboleta", baseado na história verídica do jornalista francês Jean-Dominique Bauby, que sofreu um derrame e ficou paralisado, mas, mesmo assim, conseguiu escrever um livro, movendo uma pálpebra para se comunicar.
O prêmio de melhor roteiro foi dado ao diretor e roteirista alemão-turco Fatih Akin por "Do Outro Lado", uma história de amor e reconciliação que atravessa fronteiras, e o de melhor ator ficou com Konstantin Lavronenko, de "O Desterro", do diretor russo Andrei Zvyagintsev.
Jeon Do-yeon foi considerada a melhor atriz por seu trabalho no filme sul-coreano "Secret Sunshine".
Uma das queixas ouvidas na Croisette este ano foi que Cannes ficou grande demais para seu próprio bem, devido aos milhares de jornalistas que lotam as sessões de cinema e coletivas de imprensa e ao excesso de astros e estrelas que disputam as atenções da mídia.
Veteranos de Cannes se indagaram, por exemplo, se Leonardo DiCaprio deveria ter sido convidado ao festival para exibir seu documentário ambientalista "The 11th Hour", quando a impressão que se teve foi que a presença de mais um rosto famoso na cidade foi mais importante que a qualidade de seu filme.