Por Mike Collett-White
CANNES (Reuters) - Benicio del Toro representa o guerrilheiro argentino Ernesto "Che" Guevara num épico de quatro partes que expõe primeiramente o papel de Che na revolução cubana, antes de alongar-se sobre sua campanha guerrilheira e morte na Bolívia.
Steven Soderbergh dirigiu "Che", que é falado em espanhol e possivelmente chegará aos cinemas em duas partes intituladas respectivamente "The Argentine" e "Guerrilla". Mas o diretor disse que também gostaria de oferecer ao público a oportunidade de ver as duas partes juntas.
Soderbergh, que recebeu a Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1989 por "Sexo, Mentiras e Videoteipe", disse que é fascinado pela personalidade de Guevara, que tornou-se símbolo da revolução em todo o mundo.
"Para mim, Cuba é uma questão menos interessante que Che", disse o diretor a jornalistas na quinta-feira em Cannes, onde "Che" é um dos 22 filmes da competição principal.
"Basicamente, acho que Che constitui material cinematográfico maravilhoso. Ele teve uma das vidas mais fascinantes que consigo imaginar no século passado."
Originalmente Soderbergh pensou em fazer um filme apenas sobre a tentativa de Che de levar a revolução à Bolívia, mas então achou que o público precisaria saber o que aconteceu em Cuba antes disso.
"Para entender por que Che pensou que uma vitória de seu grupo seria possível na Bolívia é preciso ver o que aconteceu em Cuba, porque havia uma semelhança entre as apostas em jogo."
Para o premiado com o Oscar Benicio del Toro, nascido em Porto Rico, representar o idealista idolatrado não foi fácil.
"À medida que fui pesquisando o personagem, fui ficando cada vez mais receoso de me aproximar dele. Eu não parava de aprender", disse ele.