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24/05/2008 - 14h36

Direto da Croisette: Jornalismo sensacionalista fica acanhado em Cannes

THIAGO STIVALETTI

Colaboração para o UOL, em Cannes
· O jornalismo de celebridades cresce cada vez mais em todo o mundo, mas os repórteres em Cannes estão incrivelmente respeitosos. Na coletiva do filme de Charlie Kaufman, "Sinedoque, Nova York", ninguém perguntou a Michelle Williams, por exemplo, se ela já tinha se recuperado do impacto da morte do ex-marido Heath Ledger.

Guillaume Horcajuelo/EFE
A imprensa foi discreta com Michelle Williams e não questionou a respeito da morte de Heath Ledger em coletiva
FOTOS DO DIA 23/5
· Na coletiva do francês "Um Conto de Natal", foi a própria mediadora que jogou água fria na imprensa: "Antes que venham as perguntas tolas, confirmo que Mathieu Amalric será o vilão no próximo James Bond. Lembro a vocês que estamos aqui para falar do filme de Arnaud Desplechin em competição".

· Queridinho de Cannes, o ítalo-americano Abel Ferrara apresentou ontem, fora de competicao, "Chelsea on the Rocks", documentário carinhoso sobre os habitantes do lendário hotel Chelsea, em Nova York, reduto de artistas e intelectuais nos anos 60. Acompanhado de Dennis Hopper, que aparece no filme, Ferrara deu uma aula de modéstia. Quando o delegado-geral do festival, Thierry Fremaux, o chamou à frente da platéia e pediu para falar um pouco sobre seu filme, ele só brincava: "Quem aqui viu "Che"? E aí, o que acharam, é bom? Como está Benicio (del Toro)? Preciso saber, coloquei muito dinheiro nesse filme!!"

· A argentina Lucrecia Martel deve estar hoje entre as cineastas mais difíceis do mundo, esteticamente falando. Seu novo filme em competição, "A Mulher Sem Cabeca", é um rigoroso estudo sobre a alienação humana. Mas quase toda critica e todo o público aqui em Cannes odiaram o filme. No quadro de cotações da revista "Screen", ele recebe o maior número de carinhas feias (cotações como "péssimo") dos críticos: quatro no total.

- "Entre les Murs" (Entre as Paredes), de Laurent Cantet, o último filme apresentado na competição, foi tambem o único frances a receber uma acolhida mais calorosa entre os críticos, sobretudo os estrangeiros. O filme retrata o dia-a-dia de um professor de cólegio que lida com alunos das mais diversas origens e etnias, em meio a problemas como a ameaça de expulsao da França vivida pelos imigrantes.

- O mico do ano até agora na competição foi o filme "My Magic" (Minha Mágica), de Eric Khoo (Cingapura). O filme é uma história ingênua e simplória sobre um mágico decadente e beberrão que cria o filho sozinho. Com produção tosca, o único atrativo do filme são os truques de mágica do protagonista - com direito às bizarrices asiáticas de praxe, como a cena em que o homem mastiga vidro. Tirando o chinês Jia Zhang-Ke, a seleção asiática deste ano foi uma das mais fracas dos últimos tempos.

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