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16/05/2009 - 16h06

Filme francês "Un Prophète" é o primeiro favorito à Palma de Ouro

THIAGO STIVALETTI
Colaboração para o UOL, de Cannes
No que depender da qualidade de "Un Prophète", primeiro filme francês na competição pela Palma de Ouro em Cannes, a França tem tudo para repetir a vitória do ano passado, quando "Entre os Muros da Escola" venceu o festival. O filme recebeu duas fortes levas de aplauso ao final da sessão de imprensa, hoje pela manhã.

  • Divulgação

    Cena do filme francês "Un Prophète", de Jacques Audiard, forte candidato à Palma de Ouro


O diretor Jacques Audiard é o mesmo do filme "De Tanto Bater Meu Coração Parou", que estreou nos cinemas brasileiros. Em "Um Prophète", ele retrata a lenta e às vezes involuntária ascensão no crime do árabe Malik El Djebena (o estreante Tahar Rahim). Preso por uma briga sem importância, ele logo tem que cumprir uma dura tarefa para não morrer e, de quebra, ganhar a proteção de um chefão da Córsega que vive na cadeia.

Numa escalada de violência, Malik vai aprendendo não só a sobreviver, mas a ganhar poder. Inicialmente semianalfabeto, aos poucos falará italiano com o capo. De menino ingênuo, chega ao fim de duas horas e meia de projeção como um verdadeiro homem - ajudado pelo fantasma de sua primeira vítima e alguns lances de sorte fundamentais.

"Djebena é o profeta que anuncia um novo tipo de criminoso. No lugar dos antigos corsos, ele lidera uma gangue muçulmana, uma nova cultura que se instala", explicou Audiard. "Minha intenção não foi fazer um filme de denúncia, mas uma autêntica obra de gênero. A prisão funciona como uma metáfora da sociedade: tudo o que se aprende dentro da cadeia pode ser usado aqui fora".

Audiard foge a todos os clichês das séries de TV sobre prisões e cria um filme intenso e cheio de ritmo, no qual é impossível não simpatizar com o protagonista. Graças também ao talento do estreante Tahar Rahim, que deve ter grande futuro no cinema francês. Ele é o primeiro forte candidato à Palma de melhor ator.

Quanto a uma Palma de Ouro para o filme, um fator pode atrapalhar: em um ano com cinco atrizes no júri, um filme com elenco quase totalmente masculino como "Un Prophète" pode não ter tanto apelo.

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