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22/05/2009 - 09h32

Palestino Elia Suleiman agrada com filme leve sobre a ocupação israelense

THIAGO STIVALETTI
Colaboração para o UOL, de Cannes
Sete anos depois de ganhar o Prêmio do Júri com seu filme anterior, "Intervenção Divina", o cineasta palestino Elia Suleiman voltou nesta quinta (21) a Cannes com sua nova obra, "The Time that Remains" (O Tempo que Fica).

O filme tem o mesmo tom do anterior, um retrato leve e agridoce da ocupação israelense - dessa vez em um tom mais autobiográfico, com o filme dividido em duas fases, Elia jovem e depois mais velho. Sim, Suleiman sempre atua em seus próprios filmes, criando um personagem mudo e melancólico, que simplesmente observa o tragicômico do mundo ao seu redor, uma mistura de Jacques Tati com Samuel Beckett.

Suleiman tem um talento inegável para compor planos memoráveis, como um campo de prisioneiros palestinos ajoelhados, amarrados e vendados que recebem todos um gole de água de uma única freira que os ajuda; ou um homem que é "perseguido" pelo cano de um tanque enquanto conversa tranquilo no celular, no meio da rua.

A relação de Elia com os pais é construída na mais fina ternura. Quando ele vê o pai cochilar subitamente pela primeira vez, se dá conta de que ele envelheceu, e ele mesmo também já não é mais um jovem. É um filme ao mesmo tempo forte e carinhoso, que recebeu muitos aplausos ao final da sessão de imprensa. Como defende uma boa causa (a palestina), não deve encontrar rejeição no júri para levar algum prêmio, quem sabe até a própria Palma de Ouro.

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