O cineasta iraniano Jafar Panahi, preso desde o dia 2 de março
O diretor iraniano Jafar Panahi enviou uma carta a sua família sobre a greve de fome que decidiu iniciar na prisão, no Irã. Panahi é acusado de preparar um filme contra o regime de Mahmoud Ahmadinejad, e está preso desde o dia 2 de março.
A carta está disponível na comunidade “Free Jafar Panahi”, no Facebook. Um trecho diz: “Declaro que estou sendo submetido a um tratamento doentio na prisão de Evin. No dia 15 de maio, guardas entraram em minha cela, levaram a mim e meus companheiros, fizeram-nos tirar a roupa e deixaram-nos no frio por uma hora e meia. No dia seguinte pela manhã, me levaram à sala de interrogatórios e me acusaram de filmar o interior da minha cela, o que não é absolutamente verdade. Então ameaçaram prender toda a minha família e maltratar minha filha em outra prisão. (...)”
“Não tenho comido nem bebido nada desde domingo de manhã, e declaro que, se minhas vontades não forem respeitadas, continuarei com essa postura. Não quero ser um rato num laboratório, vítima de jogos doentios, ameaçado e torturado psicologicamente.”
Na carta, Panahi ainda reclama o direito de entrar em contato com sua família e um advogado após mais de dois meses de prisão. Na última terça, o diretor iraniano Abbas Kiarostami manifestou-se pela libertação de Panahi em entrevista coletiva no Festival de Cannes.