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Festival de Cannes 2010

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21/05/2010 - 12h18

Com toques fantásticos, dupla brasileira faz retrato da juventude em "A Alegria"

THIAGO STIVALETTI
Colaboração para o UOL, de Cannes
  • Cena do filme brasileiro ''A Alegria'', sobre juventude

    Cena do filme brasileiro ''A Alegria'', sobre juventude

Os jovens diretores Felipe Bragança e Marina Meliande, ambos de 29 anos, tiveram sala cheia na noite desta quinta em Cannes na sessão oficial de seu filme “A Alegria”, exibido na paralela Quinzena dos Realizadores.

Bragança é parceiro artístico de Karim Ainouz – foi roteirista e assistente de direção em “O Céu de Suely” e na série “Alice”, da HBO. Ele e Marina já haviam realizado um longa, “A Fuga da Mulher Gorila”, premiado no Festival de Tiradentes, mas que não foi muito exibido em outras regiões do país.

Tecendo sua história como uma fábula com toques de fantástico, o filme gira em torno de Luiza, uma jovem de classe média do Rio. Ela vê o fantasma de um primo morto, João, e consegue atravessar paredes. Luiza e sua turma sofrem de uma angústia crônica e permanente com a vida. Até que ela decide fazer da alegria uma escolha de vida – e assim, o fantástico entra com força em suas vidas. Até um monstro que habita as águas de uma cidade subterrânea aparece.

“A idéia era falar sobre os sentimentos da nossa geração e do nosso imaginário adolescente, misturando elementos realistas com uma narrativa poética e de mente aberta”, diz Bragança.

Ao final, houve aplausos tímidos na sessão. Produzido e exibido em digital, “A Alegria” foi feito com produção de poucos recursos. Seu tom melancólico lembra muito o de outro filme recente sobre a juventude sem perspectivas, “Os Famosos e os Duendes da Morte”, de Esmir Filho. O problema maior está no roteiro de diálogos empostados e na falta de preparo do elenco não-profissional de adolescentes, que não dá conta de personagens tão complexos e não conseguem da veracidade aos climas do filme – nem a melancolia e nem a alegria, que por fim aparece quase como um sorriso amarelo.

 

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