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24/05/2010 - 22h09

Belo ou maçante? Filme premiado em Cannes divide críticos

  • Apichatpong Weerasethakul, de Uncle Boonmee Who Can Recall his Past Lives, em Cannes

    Apichatpong Weerasethakul, de "Uncle Boonmee Who Can Recall his Past Lives", em Cannes

Por Mike Collett-White e James Mackenzie

CANNES (Reuters) - Poucos filmes bons, poucos astros e estrelas e um filme premiado que deixou muitas pessoas perplexas: a edição 2010 do festival de Cinema de Cannes dificilmente será recordada como um clássico.

O filme tailandês "Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives", um dos 19 da competição principal, recebeu a Palma de Ouro de melhor filme, alegrando alguns críticos mas enfurecendo outros.

"'Uncle Boonmee', Palma de Tédio" foi a manchete da segunda-feira do jornal francês Le Figaro, que descreveu o filme do diretor tailandês Apichatpong Weerasethakul, sobre a reencarnação, como "maçante, incompreensível e alucinatório".

O jornal italiano Corriere della Sera disse que foi "imperdoável" o júri de Cannes, encabeçado por Tim Burton, ter deixado de premiar "Another Year", de Mike Leigh, mas o britânico The Guardian descreveu "Uncle Boonmee" como "liricamente belo".

Tim Burton disse que escolheu Weerasethakul, que não conseguiu ir a Cannes devido aos distúrbios na Tailândia, porque seu trabalho é tão distante do cinema mainstream, destacando o fato de Cannes orgulhar-se de descobrir filmes que, de outro modo, poderiam ter dificuldade em encontrar público.

"O mundo está ficando menor, e os filmes estão ficando mais ocidentalizados ou hollywoodizados. Para mim, este foi um filme que eu senti que estava assistindo desde outro país, de outra perspectiva", disse.

"Of Gods and Men", do cineasta francês Xavier Beauvois, recebeu o segundo prêmio mais importante do festival, o Grande Prêmio do Júri, e teria sido um vencedor bem visto da Palma de Ouro.

O relato do assassinato de sete monges trapistas envolvidos nos distúrbios civis ocorridos na Argélia nos anos 1990 foi quase universalmente elogiado por sua reflexão comedida sobre crença, coragem e tolerância religiosa.

A entrega dos prêmios encerrou 12 dias agitados de sessões de cinema e festas na Riviera Francesa, onde o clima de incerteza econômica, a pouca presença de celebridades e a escassez de filmes que geraram interesse forte deixaram o festival pouco instigante.

Cannes 2010 foi fraco em comparação com 2009, quando "Anticristo", de Lars von Trier, o drama prisional "O Profeta" e "A Fita Branca," de Michael Haneke, que ficou com a Palma de Ouro, garantiram um festival dos melhores.

Este ano não houve surpresas nas categorias de melhor ator e atriz.

A francesa Juliette Binoche venceu por sua atuação em "Certified Copy", do diretor iraniano Abbas Kiarostami. Ela aproveitou seu discurso de aceitação do prêmio para criticar o governo iraniano por prender outro cineasta desse país, Jafar Panahi.

Panahi está fazendo greve de fome em uma prisão de Teerã, mas os comentários feitos em Cannes sobre o tratamento que está recebendo atraíram críticas de um representante do governo iraniano, que se queixou aos organizadores do festival.

O prêmio de melhor ator foi dividido entre o espanhol Javier Bardem, premiado com o Oscar, por "Biutiful", e o italiano Elio Germano, por "Our Life".

Os dois representaram homens problemáticos que se esforçam para lidar com as pressões da paternidade, um dos temas principais deste ano.

O francês Mathieu Amalric recebeu o prêmio de melhor diretor por "On Tour", e "A Screaming Man", do chadiano Mahamat-Saleh Haroun, ficou com o prêmio do júri (o terceiro mais importante de Cannes. O trabalho sul-coreano "Poetry", escrito e dirigido por Lee Chang-dong, foi premiado por melhor roteiro.

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