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07/10/2010 - 12h57

Com saldo de cerca de 250 mil espectadores, Festival do Rio não dá conta do próprio tamanho

CARLOS HELÍ DE ALMEIDA
Colaboração para o UOL, do Rio
  • Interior do cine Odeon, na Cinelândia, centro do Rio, durante o Festival do Rio 2010

    Interior do cine Odeon, na Cinelândia, centro do Rio, durante o Festival do Rio 2010

Quinze dias e mais de 300 filmes depois, a constatação óbvia: o Festival do Rio, que termina nesta quinta (7), continua sendo a maior e mais diversificada mostra de cinema da América Latina. A menos evidente, só perceptível a quem acompanha de perto o ritual da maratona carioca, ainda incomoda: a organização não dá conta de seu gigantismo.

Projeções interrompidas e sessões de gala atrasadas voltaram a marcar a edição de 2010. Aparentemente, o público não se intimidou com os incômodos, e voltou a lotar as 40 telas do circuito armado para esse ano. Foram pouco mais de 230 mil espectadores, entre pagantes e convidados.

VEJA O TRAILER DE "VIPs"

Do ponto de vista da seleção de filmes, o festival manteve a tradição de oferecer um vasto painel da produção mundial, que refletiu, inclusive, a fragilidade das safras estrangeiras e, principalmente, local. Esta última, representada pela Première Brasil, cuja competição foi vencida por “Vips”, de Toniko Melo, um filme da grife O2, foi uma das mais fracas dos últimos anos.

Os títulos da mostra Foco Argentina, a cinematografia homenageada nessa edição, merecem destaque pela consistência do conjunto. Alguns deles ganham uma segunda chance na tradicional Repescagem do festival, que começa amanhã (8) e segue até o dia 14, na sala 1 do Estação Botafogo, como “Abutres”, de Pablo Trapero, e “Viúvas Sempre às Quintas”, de Marcelo Piñeyro.

As retrospectivas, por sua vez, revelaram obras inéditas no país de realizadores que nos parecem familiar, mas que nunca chegaram aqui de forma completa. Graças a elas, pudemos assistir aos primeiros filmes de ficção do israelense Amos Gitai, como “Esther” (1986) e “Berlim Jerusalém” (1989), e os do polonês Jerzy Skolimowski, como “Sinais de Identificação: Nenhum” (1964) e “O Round Decisivo” (1965).

A mostra temática Itinerários Únicos, que reuniu documentários sobre criadores de diversas áreas, como arquitetura e artes plásticas, impressionou pela fartura de títulos. Aguns deles voltam na segunda chance promovida pelo festival, como “Jean-Michael Basquiat: A Criança Radiante”, de Tamra Davies.

Eixo da maratona e, portanto, a mais popular, a Panorama do Cinema Mundial cumpriu sua função de atualizar os brasileiros sobre os altos e baixos da produção no planeta. Conseguiu exibir os vencedores dos festivais de Cannes (“Tio Boonmee, Que Podia Recordar Suas Vidas Passadas”, de Apichatpong Weerasethakul) e de Veneza (“Um Lugar Qualquer”, de Sofia Coppola), mas ainda serve como plataforma para pré-lançamento de produções com distribuição garantida no Brasil, como o mais novo filme de Woody Allen (“Você Vai Conhecer o Homem de Seus Sonhos”).

A Repescagem é, portanto, uma segunda oportunidade de ver alguns dos títulos mais concorridos, até porque alguns talvez nunca cheguem ao circuito comercial brasileiro. “Passione”, de John Turturro, “Amores Imaginários”, de Xavier Dolan, “José & Pilar”, de Miguel Gonçalves Mendes, “A Vida dos Peixes”, de Matías Bize, “Gainsbourg – Vida Heroica”, de Joann Sfar, “A Empregada”, de Im Sang-Soo, “Nostalgia da Luz”, de Patrício Guzman, e “Norberto Apenas Tarde”, de Daniel Handler, estão entre os destaques dessa segunda chance.


Confira a programação da Respescagem

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