Topo

7 motivos que provam por que "Caçadores de Emoção" marcou a "geração saúde"

Keanu Reeves e Patrick Swayze em cena de "Caçadores de Emoção" - Divulgação
Keanu Reeves e Patrick Swayze em cena de "Caçadores de Emoção" Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

31/01/2016 06h00

Em 90 minutos de projeção, o filme “Caçadores de Emoção” (1991) revelou o novo estilo de vida de uma geração onde o mais importante era ter hábitos saudáveis, cuidar da natureza e, principalmente, praticar esportes radicais. Com suas cenas de surfe em ondas gigantes e saltos impressionantes de paraquedas, o longa se transformou em um clássico da “Sessão da Tarde”.

Afinal, mais do que povoar a memória coletiva de uma geração, nenhum outro filme reuniu em uma ensolarada praia para uma briga casual os atores Patrick Swayze, Keanu Reeves e Anthony Kiedis (vocalista do Red Hot Chili Peppers). Nesta semana, estreou o remake de “Caçadores de Emoção - Além do Limite”, com mais cenas de ação porém sem recriar o clima nostálgico do original.

A sinopse é saborosamente absurda e conta a história de um policial do FBI, Johnny Utah (Keanu Reeves) que se infiltra na gangue viajandona de Bodhi (Patrick Swayze) que rouba vestida com máscaras de ex-presidentes. Em uma época bem anterior à popularização das câmeras GoPro, “Caçadores de Emoção” inaugurou um estilo de filme de ação que repercute até hoje em títulos como “Velozes e Furiosos”, por exemplo.

Abaixo, listamos sete motivos que fazem do “Caçadores de Emoção” um clássico insuperável dos filmes de ação dos anos 90.

Ação muito antes da GoPro e dos drones

  • Divulgação

    Frases de efeito

    "Caçadores de Emoção" foi lançado em 1991, porém herdou uma das "grandes" qualidades dos filmes de ação dos anos 80: as frases de efeito nonsense e auto-ajuda barata. Bodhi, que funciona como uma espécie de mentor de Johnny Utah diz pérolas do tipo: "Nada é melhor do que a última emoção. Nem mesmo sexo", ou "Não tem nada de trágico em morrer fazendo o que se ama", ou ainda "Medo causa hesitação. Hesitação vai transformar seus piores medos em realidade". Johnny Utah também tem as suas sacadas. Em uma delas, depois de ouvir seu chefe no FBI dizer: "Alguns de vocês têm algo remotamente interessante para me falar?" e Utah, que está aprendendo a surfar, responde: "Peguei meu primeiro tubo esta manhã, senhor".

  • Divulgação

    Briga com Anthony Kiedis na praia

    A cena é a seguinte: Johnny Utah está tomando uma ducha na praia quando é cercado por um bando de surfistas. Um deles é ninguém menos que Anthony Kiedis, vocalista do Red Hot Chili Peppers, que resolveu fazer uma ponta em Hollywood. O bando espanca Utah que é socorrido por Bodhi, líder da gangue. No final, após a improvável briga, todos viram amigos e se abraçam. Foi por causa de cenas surreais como essas que até hoje "Caçadores de Emoção" continua no imaginário popular.

  • Divulgação

    Assalto com máscaras de ex-presidentes

    A crítica implícita aqui aos ex-presidentes dos EUA é óbvia. Todos roubam. O bando de ladrões surfistas de Bodhi assalta bancos uma vez por ano para financiar suas aventuras radicais pelo mundo com as máscaras de Richard Nixon, Jimmy Carter, Ronald Reagan e Lyndon Johnson. Em uma das cenas do assalto, Bodhi diz para os clientes do banco: "Nós somos os ex-presidentes. Obrigado senhora e senhores. E por favor, não esqueçam de votar".

  • Divulgação

    Saltos de paraquedas sem paraquedas e surfe em ondas gigantes

    Um dos méritos de "Caçadores de Emoção" foi popularizar os esportes radicais como salto de paraquedas e surfe. O registro das cenas de ação também merece destaque. Os takes rápidos do bando se divertindo, se assistidos hoje, mais de 20 anos depois, remetem à estética dos vídeos feitos com as pequenas GoPro. Hoje em dia, qualquer um com esta câmeras conseguem registrar incríveis imagens de esportes radicais. Mas, naquela época, não foi um trabalho fácil, principalmente na cena que Utah salta sem paraquedas para tentar capturar Bodhi em pleno ar.

  • Divulgação

    Direção de Kathryn Bigelow

    O longa teve a direção de Kathryn Bigelow, que na época era mulher do diretor James Cameron (que tinha se transformado em queridinho de Hollywood após lançar "O Exterminador do Futuro 1 e 2"). A suave direção de Bigelow transformou a rudeza do filme em uma história de amizade verdadeira entre Utah e Bodhi. Amizade que hoje em dia classificaríamos como "bromance". Dezessete anos depois, o talento de Bigelow seria laureada com o Oscar de melhor direção pelo filme "Guerra ao Terror" (2008).

  • Divulgação

    Drama na chuva e onda gigante

    A cena final de "Caçadores de Emoção" é piegas e está longe de ser a mais marcante do cinema. Porém, ela cumpre seu papel. Chove muito. A maior onda do mundo está prestes a se formar. Johnny Utah revela para Bodhi que é um agente infiltrado do FBI e algema o bandido surfista. Bodhi apela para a amizade e pede para Utah soltá-lo pois aquela seria a oportunidade única que ele teria de surfar a tal onda gigante e potencialmente fatal. O que Utah faz? É claro que ele liberta Bodhi, mas não antes de dizer "Vá Com Dios" em espanhol macarrônico.

  • Divulgação

    Título melhor em português

    A grande reclamação da maioria dos cinéfilos sempre foram as péssimas traduções dos títulos dos filmes gringos para o português. Porém alguns casos se destacam positivamente. "Caçadores de Emoção" é um deles. O título é muito melhor do que "Ponto de Ruptura", tradução literal de "Point Break". Em Portugal, o filme ganhou o título de "Ruptura Explosiva". Mesmo assim, aqui no Brasil, convenhamos, o título ficou muito mais radical.