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De fenômeno a flop: o que deu errado em "The Walking Dead"?

Do UOL, em São Paulo

15/11/2017 04h00

O mistério em torno da vítima de Negan (Jeffrey Dean Morgan) deixou os fãs de “The Walking Dead” em polvorosa entre a sexta e a sétima temporadas da série. E deu tão certo que, só nos Estados Unidos, o episódio com a grande revelação foi visto por 17,03 milhões de pessoas – a segunda maior audiência da história da série. Mas de lá em diante, a queda foi vertiginosa, e os outros capítulos da sétima temporada ficaram na casa dos 11 milhões.

Na oitava, que está no ar desde o último dia 22, o buraco só ficou mais fundo. A estreia foi vista por 11,4 milhões de pessoas, e os números estacionaram pelos 8 milhões nos episódios seguintes, superando apenas a primeira e a segunda temporadas. A série segue líder de audiência em sua faixa, mas não dá para negar que alguma coisa deu muito errado. Até os downloads ilegais, que costumam ser um bom indicador do interesse do público, caíram.

Mas o que, afinal, aconteceu? Apontamos os possíveis motivos abaixo:

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    Desgaste da fórmula

    Há algumas temporadas, "Walking Dead" segue um ciclo definido: os sobreviventes fogem, montam uma comunidade e vivem em relativa paz até encontrar um vilão que os força a repetir a sequência. Tem sido assim desde a chegada do Governador, na terceira temporada, o que, além de cansar, deixa a trama sem espaço para explorar outras questões ligadas ao maior tema da série, a sobrevivência.

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    Enrolação

    Mesmo entre os fãs mais fiéis da série, é um consenso que ela tem demorado muito a desenrolar suas tramas, prolongando algumas delas por um tempo injustificável. Os episódios da sétima temporada focados em apenas um personagem ou pequenos núcleos cortaram totalmente a empolgação eletrizante da estreia e fizeram com que o tempo se arrastasse. A tão prometida guerra contra Negan também nunca veio. Que tal lembrar que a paciência do público não é infinita?

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    Truques baratos

    A saga de Rick (Andrew Lincoln) e seu grupo seduziu o público, em parte, por conta do senso de perigo que rondava os personagens, em uma época em que ainda não era tão comum matar protagonistas. Nas últimas temporadas, porém, essa sensação foi posta em segundo plano, em favor de truques pouco elegantes para segurar a audiência. O "mistério" em torno da suposta morte de Glenn (Steve Yeun), que caiu em meio a uma horda de zumbis na sexta temporada, foi patético ? e, não contente, a série voltou a repeti-lo mais tarde, com Rick. Mesmo em produções de ficção, coerência ainda é importante.

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    Confusão

    A oitava temporada finalmente deu início à grande guerra da trama, mas uma reclamação tem sido constante entre os fãs nas redes sociais: não dá para entender muita coisa nas cenas de ação, que têm sido usadas como o principal chamariz dos episódios. Onde está cada grupo? O que estão atacando? Qual a estratégia deles além dos discursos motivacionais? Todo mundo se esqueceu da existência do Negan? Ainda não descobrimos essas respostas, e não parece que elas vão chegar tão cedo.

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    Vilão abaixo das expectativas

    O Negan de Jeffrey Dean Morgan tem uma presença extremamente carismática em cena. Mas parece que os roteiristas não sabem ao certo o que fazer com ele. Suas aparições têm sido limitadas a tiradas irônicas que não estão mais botando medo em ninguém e soam repetitivas. E não vamos nem falar que está ficando difícil acreditar que ninguém até agora conseguiu sequer arranhar o vilão...