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"A Estranha Vida de Timothy Green" conta fábula de menino mágico para casal estéril

Cena de "A Estranha Vida de Timothy Green" (2012), com  Jennifer Garner - Divulgação
Cena de "A Estranha Vida de Timothy Green" (2012), com Jennifer Garner Imagem: Divulgação

11/09/2012 11h54

Os estúdios Disney resolveram se aventurar em um terreno sensível com "A Estranha Vida de Timothy Green", um filme que retrata a chegada algo mágica ao lar de um casal estéril de um menino que parece em todos os aspectos com o filho com que eles sempre sonharam.

O filme, que foi bem recebido pela crítica nos Estados Unidos em sua estreia em meados de agosto, chega ao Brasil no final de setembro.

Cindy (Jennifer Garner) e Jim (Joel Edgerton) tentaram de tudo para terem um filho, mas os médicos foram taxativos: nunca poderiam ter um bebê.

De volta para casa em Stanleyville, "a capital mundial do lápis de cor", eles rabiscam em folhas de caderno, como para desafiar o destino, o retrato ideal da criança que nunca poderão ter, depois enterram as folhas dentro de uma caixa em seu jardim e vão para cama.

Durante a noite, enquanto uma violenta tempestade cai sobre a casa, um menino (CJ Adams) aparece vindo direto do jardim, ainda sujo de terra e respondendo pelo nome de Timmothy.

Cindy e Jim decidem fazer dele seu filho e descobrem que ele combina em tudo com o que tinham sonhado. Mas existe um detalhe: folhas misteriosas crescem em suas pernas.

Peter Hedges, o diretor e roteirista do filme - a quem devemos os roteiros de "Gilbert Grape" (1993), "O Mapa do Mundo" (1999) e "Um Grande Garoto" (2002) - estava ciente do terreno sensível em que se aventurou com essa história, inventada pelo escritor Ahmet Zappa.

"Podemos ver isso como: eles não podem ter filhos, eles têm uma criança mágica e tudo termina bem", declarou durante a apresentação do filme em Beverly Hills. "Eu tenho trabalhado em estreita colaboração com o marketing para excluir esta mensagem, porque não é o fundo do filme", acrescentou.

Segundo ele, a história é, acima de tudo, uma reflexão sobre a família, a que temos, ou a que nós inventamos. á

"Uma fábula antiga" "Para mim, a família é sempre interessante", disse. "Eu amo as famílias cujos membros se entendem, mas onde há algo quebrado. Onde cada um faz o que pode, sem que seja suficiente".

A novidade em relação aos filmes anteriores de Peter Hedges - ele também escreveu e dirigiu "Do Jeito Que Ela É" (2003) e "Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada" (2007) - é a presença de elementos mágicos.

"Esta foi a primeira vez para mim", observou: "Mas eu percebi que todos os filmes que eu assisto regularmente para me alimentar emocionalmente, como 'E.T', 'O Mágico de Oz' e 'A Felicidade Não Se Compra', de Frank Capra, tem um aspecto mágico. De repente, isso me libertou, e isso me impulsionou a ser mais lúdico, imaginativo e menos ligado à realidade".

Jennifer Garner, esposa do ator Ben Affleck e com quem tem três filhos, afirma se sentir muito à vontade no papel de Cindy, e compreende o lado às vezes exagerado e protetor de sua personagem.

"Ela é mãe pela primeira vez, não podemos julgá-la", diz. "Eu passei por isso e entendo. Não sou mais assim... Em todo caso, acredito nisso, mas se vocês perguntarem ao meu marido, talvez ele vai dizer outra coisa!"

"Mas acho que é muito bonito que o filme não esconde esse aspecto. Às vezes, como um pai, é tentando fazer o melhor que se comete os piores erros", observa.

Para o ator Lin-Manuel Miranda, que interpreta o engraçado jardineiro Reggie, o filme é uma fábula antiga, sobre um menino que vem de um jardim com folhas nas pernas, na tradição de "Peixe Grande" e "Edward Mãos de Tesoura", de Tim Burton".