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Johnny Depp deixa as fantasias de lado no suspense "Transcendance"

Getty Images
Imagem: Getty Images

Los Angeles, EUA

17/04/2014 11h21

Johnny Depp deixa de lado as perucas e acessórios dos últimos anos para estrelar "Transcendance", um "thriller nanotecnológico e cerebral", segundo seus produtores.

O ator, de 50 anos e que recentemente foi visto em "Piratas do Caribe", "Alice no País das Maravilhas" e "O Cavaleiro Solitário", encarna um cientista que passa a ter o cérebro guiado por um computador pouco antes de sua morte.

Com inteligência humana, a força digital é quase uma imortalidade. O personagem cai rapidamente na tentação de dominar o mundo, o que leva sua esposa, interpretada por Rebecca Hall, ao desespero.

Na apresentação do filme, que estreia nesta quinta-feira (17) nos Estados Unidos e deve chegar aos cinemas brasileiros em 1º de maio, Depp foi extremamente simpático com a imprensa na apresentação do filme.

Questionado sobre o possível interesse nas pesquisas sobre inteligência artificial, o ator foi irônico: "Como eu não tenho inteligência, a única coisa que posso esperar é adquirir de forma artificial ou superficial". Em seguida, em um tom mais sério, admitiu que "sempre é mais difícil interpretar um personagem próximo de você mesmo fisicamente".

"Sempre tento esconder-me porque não suporto minha imagem", revelou.

"Acredito que é importante mudar e fazer com que as coisas sejam mais interessantes para o personagem". Depp disse ainda que o filme não é reduzido apenas aos atores.

"Existe a proposta do autor, a visão do diretor e depois você (o ator), com ideias e desejos próprios. É uma colaboração", afirmou.

Deep disse que entendeu que "não precisaria de cabelos rosa, um nariz de palhaço e sapatos de Ronald McDonald" para fazer "Transcendance".

O filme tem direção de Wally Pfister, em sua estreia como cineasta, depois de ter trabalhado como diretor de fotografia de Christopher Nolan nos três filmes de "Batman" e em "A Origem", que lhe rendeu um Oscar em 2011. "O que me deu mais medo foi a escolha de um bom tema", disse Pfister à AFP. "Quando você toma uma decisão tão arriscada na vida tem que prestar muita atenção ao tema que deseja tratar e à história que vai contar".

Para o diretor, o núcleo do filme é baseado nos extremos entre o humano e a máquina, assim como entre o digital e o analógico. Além disso, existe um ingrediente ecológico, graças a personagem de Rebecca Hall, convencida de que a tecnologia deveria ajudar a salvar o planeta.

"Se criamos as nanotecnologias, se teremos as máquinas mais potentes do mundo, por quê não utilizá-las para remediar alguns erros que cometemos?", questiona Pfister.

Depp admitiu que não tem proximidade com o personagem que interpreta. "Há algo que não funciona comigo e a tecnologia", confessou com um sorriso. "É algo com o que não estou familiarizado e meu cérebro é muito velho para entender alguma coisa". Enquanto simulava escrever algo com o telefone celular, ele confessou: " Me sinto um idiota quando tento fazer algo com meus dedos", e continuou: "Então eu tento evitar o máximo possível. Para proteger meus dedos, obviamente", completou com outra risada.