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"Rogue One" já recebeu a benção de George Lucas, o "pai" de "Star Wars"

Em San Francisco (EUA)

08/12/2016 12h22

Há muito tempo, em uma galáxia muito, muito distante, os fãs de "Star Wars" aguardavam anos entre cada filme. Mas isto ficou no passado: na próxima semana estreia o longa-metragem mais recente da saga, "Rogue One".

O filme, que chega aos cinemas do Brasil em 15 de dezembro, não é parte da trilogia iniciada no ano passado com "Episódio 7: O Despertar da Força".

O novo filme representa um retorno ao passado, com um roteiro que se passa antes do pioneiro "Guerra nas Estrelas" (1977), mais tarde rebatizado como "Episódio4: Uma Nova Esperança".

"Rogue One: Uma História Star Wars" conta como a Aliança Rebelde pretende roubar os planos da Estrela da Morte, a gigantesca estação espacial com poder de destruir planetas inteiros.

O filme é um presente de Natal para os fãs da franquia espacial, que nos Estados Unidos compraram em peso os ingressos vendidos de maneira antecipada. Todos já aguardam com expectativa o lançamento do "Episódio 8" no final de 2017.

Ligação de "Deus"

O diretor britânico Gareth Edwards recordou que tirou um grande peso das costas ao receber a aprovação do "Deus" George Lucas, criador da saga.

"Não quero colocar palavras na boca dele, mas, honestamente, posso dizer que posso morrer feliz agora", disse Edwards a respeito da conversa que teve com o homem que criou a franquia, um dos cineastas de maior sucesso da história.

"Rogue One", protagonizado pela britânica Felicity Jones e o mexicano Diego Luna, é parte do esforço para revitalizar a história desde que a Disney comprou a Lucasfilm em 2012. A saga ainda tentava se recuperar das péssimas críticas recebidas pela segunda trilogia, lançada entre 1999 e 2005.

O planejamento é lançar três filmes que dão sequência à trilogia original, tarefa iniciada com "O Despertar da Força" em 2015 e, de modo paralelo, produzir outros longas-metragens de "antologia".

J.J. Abrams deu o primeiro passo com "O Despertar da Força", que arrecadou US$ 2 dois bilhões e foi o maior lançamento de 2015. O filme representa o maior sucesso da Disney e a terceira maior bilheteria de todos os tempos.

Analistas calculam que no primeiro fim de semana "Rogue One" deve arrecadar US$ 150 milhões, atrás dos US$ 248 milhões do "Episódio 7", mas no mesmo nível das grandes produções de 2016.

No filme, Felicity Jones interpreta Jyn Erso, que tem uma ficha criminal por falsificação, assalto e roubo. Ela é recrutada pela Aliança Rebelde para roubar os planos da Estrela da Morte.

"Nunca fiz algo assim antes, tudo era muito novo, toda a preparação física. Estou acostumada a muita conversa em espartilhos, então foi muito legal correr com um 'blaster' e um bastão para bater em stormtroopers", disse Jones, indicada ao Oscar por seu papel em "A Teoria de Tudo", sobre a vida de Stephen Hawking.

Filme de guerra

Um grupo de críticos teve acesso a 28 minutos do filme no rancho Skywalker, perto de San Francisco, no fim de semana. A primeira impressão é a de que "Rogue One" evita o clima de "ópera espacial" dos antecessores, em favor de um clima de filme de guerra mais cru.

"Recebemos autorização para ser diferentes neste filme e assumir riscos", disse Edwards, que acredita que a produção, filmada na Inglaterra, Islândia e Maldivas, tem um tom mais próximo a "O Império Contra-Ataca".

Para criar as cenas de guerra, a equipe usou fotografias de combates reais do Vietnã e da Segunda Guerra Mundial. Com o Photoshop, a produção introduziu as armas laser e os aviões X-Wing no fundo.

"O estúdio amou, todos amaram. Eles falaram 'vá e faça isto', e foi o que fizemos", disse Edwards.

Mas nem tudo é escuro e pessimista. O filme também tem momentos mais leves, muitos deles protagonizados por Alan Tudyk, que teve a pouco invejável tarefa de entrar para a família de robôs de "Star Wars", seguindo os passos de personagens amados como C3PO, R2D2 e BB8.

O ator teve que usar saltos e um traje de captura de movimento para interpretar K-2SO, um droide imperial que teve a memória apagada pelos rebeldes.

"No primeiro mês não conseguíamos olhar para ele porque parecia ridículo", disse Diego Luna, que interpreta o oficial de inteligência rebelde Cassian Andor.

"Eram os pijamas mais apertados da história. E com os saltos, você ficava na altura das bolas dele, era muito intimidador", completou.