Festival do Rio traz 300 filmes, homenagem a Saramago e visitas ilustres
Rio de Janeiro - O Festival do Rio começa amanhã e traz em sua programação centenas de filmes para todos os públicos, a visita de algumas estrelas e uma homenagem a José Saramago, cujos últimos dias serão mostrados no documentário "José & Pilar".
Considerado o maior evento audiovisual da América Latina, o festival, que acontece de 23 de setembro a 7 de outubro, terá em sua programação 300 filmes projetados em 20 salas espalhadas pela cidade.
O cinema argentino terá destaque nesta edição da mostra, que trará uma retrospectiva de alguns de seus cineastas. Além disso, o festival prestará homenagem ao francês Bruno Dumont, diretor de "A Humanidade" (1999) e "Flanders" (2006), ambos premiados como melhor filme em Cannes, ao israelense Amos Gitai e ao polonês Kerry Skolimowski.
Os organizadores descrevem o evento como "a porta de entrada para o cinema da América Latina", já que a programação do festival mescla grandes produções e filmes de baixo orçamento que não chegarão a ser comercializados.
Ainda assim, as estrelas das telonas são a grande atração das mostras de cinema e o Festival do Rio já confirmou a presença da inglesa Charlotte Rampling e dos americanos Bill Pullman e Michael Madsen, ator conhecido por seus papéis em filmes de Quentin Tarantino.
Uma das visitas mais esperadas é a da jornalista espanhola Pilar del Río, viúva de José Saramago, que chega ao Rio para apresentar "José & Pilar", uma visão intimista da rotina do escritor no final de sua vida.
"José & Pilar" é um documentário que retrata os últimos dias de Saramago ao lado de sua mulher, tanto na casa que viviam nas Ilhas Canárias como em suas viagens pelo mundo, e que tem como ponto de partida o processo de criação e promoção do livro "A Viagem do Elefante", escrito pelo Nobel português.
O festival contará ainda com a presença dos cineastas argentinos Marcelo Piñeyro, diretor de "O que Você Faria?" (2005), filme pelo qual ganhou seis prêmios Goya, e de seu colega Daniel Burman, considerado uma das figuras mais importantes do "Novo Cinema Argentino".
Parte do elenco de "Lope", filme ambientado na Espanha barroca que conta a vida do escritor Lope de Vega, também participará da mostra, incluindo o protagonista, o ator argentino Alberto Ammann, e os espanhóis Pilar López de Ayala e Luis Tosar.
Dirigido pelo brasileiro Andrucha Waddington, "Lope" encerrou a última edição do Festival de Veneza e foi pré-selecionado para representar a Espanha no Oscar.
Além de projetar filmes e receber a visita de personagens ilustres do cinema, o Festival do Rio inclui em sua programação outras atividades como ciclos de filmes e debates sobre autores.
É o caso do cineasta franco-polonês Roman Polanski, cuja obra será comentada em uma série de debates por críticos de cinema, diretores teatrais e até um psicanalista, que abordarão aspectos tão diversos como o caráter transgressor de seus filmes ou a polêmica que envolveu sua vida durante os últimos meses.
Polanski, que não virá ao festival, foi detido na Suíça em setembro de 2009 pelas autoridades americanas por ter mantido relações sexuais com uma menor em 1977. Após meses de prisão domiciliar, o diretor foi finalmente libertado em julho.
O festival conta também com vários seminários, mesas-redondas e encontros que têm o objetivo de fomentar novos acordos e impulsionar a indústria cinematográfica brasileira, ainda pouco expressiva no cenário internacional, mas que conta com grandes expoentes como os cineastas Fernando Meirelles ("Cidade de Deus", 2002) e José Padilha ("Tropa de Elite", 2007).
Já através do "Cinema Livre", serão montadas salas de cinema em vários espaços públicos da cidade e há a previsão da instalação de telas em algumas favelas para fomentar o acesso de todos os cariocas à beleza da sétima arte.
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