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Atriz acredita que "Loreak" abrirá portas para o cinema basco no Brasil

Em Fortaleza

21/06/2015 07h58

Com um simples, mas universal ramo de flores, "Loreak", o primeiro filme gravado integralmente em euskera, estreou no 25º Cine Ceará -Festival Ibero-Americano de Cinema abrindo o caminho para que outras produções na língua basca se animem a atravessar o oceano.

A fórmula: uma história íntima e feminina que alinha a vida de três mulheres transformadas pela presença de um misterioso ramo de flores, o mesmo que dá título ao filme dirigido por Jon Garaño e José Mari Goenaga.

"'Loreak' abriu uma porta porque, desta vez, as pessoas vêm aos cinemas para ver um filme em língua basca", declarou hoje Itziar Ituño, uma das protagonistas, durante um debate organizado no marco do festival.

A atriz, que ontem não chegou a tempo para apresentar "Loreak" à audiência brasileira por um atraso em seu voo, afirmou que o filme "teve boa recepção em Madri e Catalunha" e assegurou que "no País Basco, nunca tanta gente tinha ido ver um filme em euskera".

"As pessoas custam a ir ver uma produção em língua basca, isso é uma realidade", enfatizou Ituño, opinando que o filme, indicado aos Prêmios Goya e à Concha de Ouro no Festival de San Sebastián, "criou uma corrente de costume".

Dessa forma, para a atriz, o êxito de produções como "Oito sobrenomes bascos" quebrou preconceitos e ajudou a dar maior visibilidade à indústria local, que passa por uma situação econômica delicada, depois que o governo espanhol cortou as ajudas ao setor.

"Os atores estamos com a água ao pescoço", comentou Ituño, acrescentando que "o cinema basco está bastante mal em nível de ajuda econômica, não se rodam muitos filmes. De fato, rodar em euskera é uma aventura".

A atriz explicou que o modelo de negócio mais recorrente hoje em dia é o 'micromecenato', de modo que a equipe de filmagem e os atores se transformam em acionistas do filme, uma alternativa com a qual "estão conseguindo realizar muitos projetos autogestados".

E, antes de ir embora, perguntada sobre por que não tinham rodado o filme em espanhol para dar-lhe maior visibilidade, a atriz respondeu com a mesma resposta dada em várias ocasiões pelos diretores: "E por que não?".

"Loreak" não é a primeira produção basca que participa do Cine Ceará. "Emak Bakia!", do diretor navarro Oskar Alegria, ganhou em 2013 o prêmio principal do festival.

Com uma programação de forte sotaque espanhol e 25 anos de existência, o Cine Ceará exibirá em Fortaleza um total de 60 filmes até o próximo dia 24 de junho.