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Atriz de "Scott Pilgrim" define Ramona Flowers como "uma figura trágica"

Michael Cera e Mary Elizabeth Winstead em cena de "Scott Pilgrim Contra o Mundo"  - Divulgação
Michael Cera e Mary Elizabeth Winstead em cena de "Scott Pilgrim Contra o Mundo" Imagem: Divulgação

Ian Spelling

Do Hollywood Watch

01/11/2010 07h00

“Eu já ouvi: ‘Você vai estourar’, ‘Você será a próxima grande estrela’ ou ‘Você vai começar a receber muitas ofertas de papéis’”, diz Mary Elizabeth Winstead. “E ouço isso há anos.” Winstead ouve estes tipos de frases por um bom motivo. Com apenas 25 anos, ela provou ser talentosa, parecer alguém com quem as pessoas poderiam se relacionar e, ao mesmo tempo, ser atraente ao atuar em séries de TV e filmes. Nenhum deles, entretanto, estourou para catapultá-la para um patamar mais elevado da fama. Exemplos: a série de lobisomens em Seattle, “Wolf Lake” (2001-2002), o filme de aventura para família da Disney, “Sky High –Super Escola de Heróis” (2005), o filme de horror “Premonição 3” (2006), o drama “Bobby” (2006), “Duro de Matar 4.0” (2007), no qual interpreta a filha de John McClane, o famoso personagem de Bruce Willis, e em “À Prova de Morte” (2007), de Quentin Tarantino.

“Estou bastante feliz com o patamar em que estou. Tive ótimas oportunidades. Mas adoraria chegar a um ponto em que pudesse escolher os projetos que quero fazer. Ao mesmo tempo é ótimo manter seu anonimato, poder ser uma pessoa completamente normal e estar na indústria”, afirmou.
 

  • Getty Images

    Mary Elizabeth Winstead participa de première na Califórnia, nos EUA (6/01/2010)

Um dos trabalhos mais recentes da atriz está previsto para estrear nos cinemas de São Paulo no dia 5 de novembro. Trata-se de “Scott Pilgrim Contra o Mundo”, a esperada adaptação dos quadrinhos de Bryan Lee O’Malley escrita e dirigida por Edgar Wright. Michael Cera estrela como Scott, um garoto fácil de se gostar e baixista de uma banda que se apaixona por Ramona Flowers (Winstead). Ramona é uma entregadora sexy com cabelo que sempre muda de cor, a capacidade de viajar pelo subespaço e conta com sete ex-namorados malvados (Chris Evans, Brandon Routh, Jason Schwartzman, Mae Whitman, etc.) que a seguem por toda parte e exigem lutar com qualquer novo namorado dela.

Falando por telefone de sua casa em Los Angeles, Winstead considera o filme “fiel” aos quadrinhos de O’Malley, ao mesmo tempo que o considera diferente do que se vê geralmente nas telas. “Começando pelo tom e ritmo, [o filme] é muito Edgar Wright", opina, ao citar títulos como "Todo Mundo Quase Morto" (2004) e  "Chumbo Grosso" (2007).

Ramona, de muitas formas, é a personagem séria que contracena com o comediante.“Exatamente. Eu a vejo como uma figura trágica, porque ela nunca conseguiu seguir em frente com sua vida. Ela está constantemente sendo seguida pelo seu passado e ela carrega todo esse peso consigo. E apesar de saber que se trata de uma comédia maluca, eu sinto como se ela fosse o centro de tudo e responsável pelo peso emocional [da trama].”
 

TRAILER DO FILME "SCOTT PILGRIM CONTRA O MUNDO"

Winstead passou grande parte de seu tempo no set com Cera, mas ela também trabalhou com o restante do elenco, particularmente com os atores escolhidos para interpretar a Liga dos Ex do Mal. Então lá estavam Evans, Routh, Schwartzman e Whitman, assim como Satya Bhabha e os gêmeos Shota e Keita Saito. “Era quase como estar em uma série de televisão com astros convidados, porque todo mês tínhamos alguém diferente conosco", disse. “Michael e eu estávamos lá, um ao lado do outro, o tempo todo. Eu passei a amá-lo. Ele é um doce e uma pessoa que trabalha duro.”

Após concluir “Scott Pilgrim Contra o Mundo”, Winstead foi para “The Thing”, uma refilmagem do filme de terror/ficção científica “O Enigma de Outro Mundo” (1982), de John Carpenter. Este só estreará em abril do próximo ano, e ela não tem nada mais agendado por ora, mas Winstead soa como se não tivesse pressa para fazer outro filme. Ela está contente por poder relaxar em casa com seu noivo, o roteirista Riley Stearns, sair com os amigos e comprar antiguidades, que ela reconhece ser uma “coisa de senhora velha”.

“Eu gosto de não fazer nada, porque meu trabalho, quando estou ocupada e estou trabalhando, fica muito intenso, louco e surreal. Então, quando estou em casa, eu gosto de ficar o mais distante que puder de tudo isso. Além disso, as coisas estão começando a ficar um pouco malucas de novo e estou tentando decidir... eu quero me certificar de que escolherei os filmes certos.”
 

Tradutor: George El Khouri Andolfato