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Daniel Radcliffe aposta no terror e na trama psicológica em seu mais novo filme

Dirigido por James Watkins, "A Mulher de Preto"  tem o elenco Daniel Radcliffe - Divulgação
Dirigido por James Watkins, "A Mulher de Preto" tem o elenco Daniel Radcliffe Imagem: Divulgação

Maria Eugênia Tomazini

Do UOL, em São Paulo

25/02/2012 07h00

O primeiro trabalho de Daniel Radcliffe depois da saga de oito filmes e 10 anos como o jovem bruxinho Harry Potter é ‘A Mulher de Preto’, filme que mistura terror e suspense sobrenatural. 

Escolhido a dedo por Radcliffe, o ator confessou que a trama psicológica e o personagem mais adulto foram essenciais para aceitar o papel. “Precisava me arriscar como ator e fazer algo desafiante. Depois de tantos anos como Harry Potter queria me desligar da imagem infantil que o público ainda tinha de mim”, explica.

Com esta mesma seriedade que Radcliffe parece ter sob total controle os próximos passos de sua carreira. “O fato de ser uma produção menor, me deu total liberdade de opinar sobre algumas cenas, ver gravações por trás das câmeras e participar de escolhas relacionadas à produção do filme que, em Harry Potter, não tive chance de fazer”, revela. Logo em seguida, ele completa. “Quero entender todas as etapas da produção de um filme porque, no futuro, tenho sonho em trabalhar na parte de direção”, diz.

E no que depender da opinião do diretor de ‘A Mulher de Preto’, James Watkins, não falta talento para “Dan”. “Ele tem sido fantástico e foi incrível o trabalho em conjunto. Em uma das cenas, ele teve de ficar submerso em lama, num frio terrível e demoramos quase dois dias para concluir esta gravação. Ele seguiu todas as instruções com a maturidade de um experiente ator”, derrete-se em elogios. Sobre o filme, James o considera um clássico de terror. “Não tem aquela coisa boba de pessoas surgindo do nada para assustar todo mundo. É muito mais um jogo com a imaginação dos telespectadores”, conta Watkins que diz ter buscado inspiração no filme Orphanage (2007) e na estética do diretor de cinema americano Stanley Kubrick para realizar esta produção.

Radcliffe explica que é um filme sobre perda, família e como lidar com a morte. “Meu personagem é um jovem viúvo, com um filho de quatro anos, que se vê obrigado a trabalhar num remoto vilarejo onde as pessoas locais escondem o segredo de um fantasma na forma de mulher”, diz. “Ele acaba se identificando com este fantasma e com a dor de sua perda porque ele, Arthur Kipps, também perdera sua esposa”, explica. Foram exatamente as cenas familiares com o filho Joseph (personagem de Misha Handley), as mais intensas para Radcliffe. “Nunca tinha passado por uma experiência como esta - de ter este tipo e amor e afeto por um outro personagem.”

O cenário do filme merece uma atenção à parte. Para manter o realismo fiel ao período em que se passa a história, primeira década do século XX, a produção do filme trouxe, dos Estados Unidos, o equivalente a 150 mil libras (aproximadamente R$ 405 mil) em brinquedos para compor o quarto infantil dentro da casa onde se ambienta grande parte das filmagens.

Além disso, o belíssimo carro Rolls-Royce de Arthur é um modelo original de 1905, pertenceu ao Lord Kitchener (foi ele quem liderou a vitória dos ingleses na batalha de Omdurman, 1898, na Síria), e está avaliado em um milhão de libras (aproximadamente R$ 2,7 milhões). “Quando o carro chegou para as gravações, achamos que ele era frágil e só ficaria parado. Mas, para a nossa surpresa, o carro funciona como novo. Fomos para cima e para baixo com ele”, diverte-se o produtor Richard Jackson. 

Trailer legendado de "A Mulher de Preto"