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Com leveza, "Thanks for Sharing" mostra a difícil vida dos viciados em sexo

Gwyneth Paltrow e Mark Ruffalo se beijam durante gravação do filme "Thanks for Sharing" (11/10/2011) - Grosby Group
Gwyneth Paltrow e Mark Ruffalo se beijam durante gravação do filme "Thanks for Sharing" (11/10/2011) Imagem: Grosby Group

Mariane Morisawa

Do UOL, em Toronto

09/09/2012 23h38

O alcoolismo é um assunto comum no cinema. O vício em sexo, porém, carrega um estigma maior. Pura sem-vergonhice, dizem alguns. Mas "Thanks for Sharing" ("obrigado por compartilhar", na tradução literal), estreia na direção de Stuart Blumberg, roteirista de "Minhas Mães e Meu Pai", quer mostrar que não é bem assim.

Mark Ruffalo, ator número 1 para interpretar caras decentes, é Adam, que está "limpo" há 5 anos, frequentando reuniões dos Viciados em Sexo Anônimos, parecido com o Alcoólicos Anônimos. Isso significa sem sexo, sem masturbação, sem ligar a televisão ou a internet, fontes de tentação. Todos os dias, quando sai à rua, precisa se controlar. Sua vida fica um pouco mais complicada quando conhece a aparentemente perfeita Phoebe (Gwyneth Paltrow), sobrevivente de câncer de mama e triatleta. Afinal, explicar para sua namorada que você é um viciado em sexo e pode perder o controle é um tanto complexo.

O padrinho de Adam nas reuniões é Mike (Tim Robbins), cheio de frases de efeito para ajudar os outros, mas incapaz de auxiliar o próprio filho (Patrick Fugit), que se envolveu com drogas. Outro dos frequentadores da associação é o médico Neil (Josh Gad), que vive uma fase incontrolável, encostando-se em mulheres no metrô e filmando a própria chefe. Quando chega quase ao fim da linha, encontra força e vê que não tem saída a não ser seguir os passos do programa. Chega a ajudar outros frequentadores, como Dede (a cantora Pink).   

"Thanks for Sharing" leva a sério o papel de tratar o vício em sexo como doença  e algo realmente difícil de combater, pois até andar na rua representa um risco. Mas a pegada é leve, com boas frases, como “Nossa, agora você ficou todo Jack Bauer para cima de mim”, que Dede diz a Neil quando ele grita para evitar que ela se renda a seu desejo. Mas o roteiro e a direção levam algumas cenas longe demais, num exagero que acaba prejudicando o filme.