Topo

Hugh Laurie deixa cinismo de "House" de lado como professor inspirador em "Mr. Pip"

Ator Hugh Laurie (18/9/11) - Frazer Harrison/Getty Images
Ator Hugh Laurie (18/9/11) Imagem: Frazer Harrison/Getty Images

Mariane Morisawa

Especial para o UOL, de Toronto

15/09/2012 13h24

Esqueça a frieza e o cinismo do Dr. House na série de mesmo nome. Em “Mr. Pip”, exibido no Festival de Toronto, Hugh Laurie arma-se de um grande carisma e um quê de mistério no papel do professor Watts, o único branco na ilha Bounganville, em guerra com Papua Nova Guiné por conta de uma mina gigantesca de cobre explorada pelos australianos.

Uma das almas tocadas por Watts, que costuma chegar à vila todas as manhãs usando um nariz de palhaço e arrastando um riquixá com sua mulher, é Matilda (Xaznnjah Matsi). Seu pai está na Austrália, e a mãe Delores (Healesville Joel) é católica fervorosa. A garota se encanta com as leituras de “Grandes Esperanças”, de Charles Dickens, e sonha acordada com sua visão do Senhor Pip, um homem que ascende socialmente e se envergonha de suas origens.

No início, o longa-metragem de Andrew Adamson, diretor dos dois primeiros “As Crônicas de Nárnia”, parece ir pela linha “professor que muda vida dos alunos”. E é. Mas, na segunda metade, a luta entre os rebeldes da ilha e o exército de Papua Nova Guiné invade de vez a pequena vila, com muita brutalidade. E o filme não esconde nada, o que causa choque.

Não que ele devesse relevar os acontecimentos violentos, mas a mudança abrupta atrapalha “Mr. Pip”, que também se alonga demais para completar um círculo completo de paralelos com o personagem de Dickens. A grande razão para assistir é mesmo a atuação de Hugh Laurie, sutil e caloroso