Premiação do Festival de Cinema do Cairo é cancelada em meio a protestos violentos

Em meio a mobilizações violentas na capital egípcia de partidários e opositores do presidente islamita Mohammed Morsi, a cerimônia de encerramento da 35ª edição do Festival Internacional de Cinema do Cairo foi cancelada na noite desta quinta-feira (6), segundo o site da revista "The Hollywood Reporter".

No lugar de uma festa de premiação, o festival realizou uma conferência de imprensa no Cairo Opera House, onde o júri, representado por Marco Mueller, ex-diretor artístico do Festival de Veneza, entregou alguns prêmios, exceto os de melhor diretor e de melhor roteiro - uma resposta, disse Mueller, aos protestos de cineastas egípcios, muitos dos quais boicotaram o evento.

O 35ª Festival Internacional de Cinema do Cairo, que começou no dia 27 de novembro, inicialmente desafiou o crescente descontentamento no Egito - que foi provocado por um decreto do presidente Morsi, em 22 de novembro, que despojou o judiciário do Egito de todos os poderes de contestar suas decisões.

Os protestos se tornaram impossíveis de ignorar logo que os manifestantes tomaram as ruas e foram violentamente reprimidos pelas forças de Morsi. Uma nova rodada de protestos é esperada nesta sexta, depois das orações nas mesquitas e nas praças em todo o Egito.

O filme brasileiro "A Última Estação", do diretor Marcio Curi, disputou o prêmio principal com outros 14 representantes de várias partes do mundo e teve boa acolhida em sua apresentação na mostra, segundo informações da AFP.

O longa de Curi faz uma ponte entre o Oriente Médio e a América do Sul, ao contar com sensibilidade a história de libaneses que migraram para o Brasil, onde tem estreia prevista para março de 2013.