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Aos 65, Nuno Leal Maia faz avô em "Tainá: A Origem" e diz que ainda falta gay e argentino

Nuno Leal Maia como o ecologista Teodoro em cena de "Tainá: A Origem" - Divulgação
Nuno Leal Maia como o ecologista Teodoro em cena de "Tainá: A Origem" Imagem: Divulgação

Natália Guaratto

Do UOL, em São Paulo

23/01/2013 05h00

Aos 65 anos, o ator Nuno Leal Maia vai estrear no papel de avô no próximo dia 8 de fevereiro quando o filme “Tainá: A Origem” chegar aos cinemas do país.  Ainda que não tenha netos – nem filhos - na vida real, o ator disse em conversa com UOL na última segunda-feira (21) que se sentiu à vontade na função.

Com uma sinceridade ranzinza, o ator, que já foi galã nos anos 70 e 80, contou que achou fácil trabalhar com a atriz-mirim Beatriz Noskoski, intérprete de sua neta Laura no filme. “Às vezes, você pega uns adultos para contracenar que são muito mais duros e tensos. As crianças são bem mais relaxadas”, disse.

Nuno também disse que se sentiu desafiado a participar de uma aventura infantil e confessou que achou difícil encontrar “o tom certo do personagem para não deixá-lo nem muito caricato, nem muito realista”.  

No longa, o terceiro da saga da índia guerreira Tainá, Nuno é Vô Teodoro, um ecologista amalucado que vive isolado na Amazônia e recebe a visita da neta por uns dias. Laura, uma garota urbana, se junta a Tainá (Wiranu Tembé) e Gobi (Igor Ozzy) para combater contrabandistas de animais selvagens.

A experiência, segundo Nuno, valeu a pena. “Cada personagem que faço ajuda a construir minha personalidade e esse não foi diferente”, afirmou. “Você olha o cara da ficção e compara com você e aí vê o que pode usar na sua vida”.

Carreira
Formado em cinema pela ECA (Escola de Comunicação e Artes) da USP, Nuno ganhou projeção na dramaturgia ao estrelar “Bem Dotado – O Homem de Itú” (1979), chanchada de grande sucesso de bilheteria no Brasil, e “Ato de Violência” (1980), filme baseado na história do assassino Chico Picadinho.

O ator, que tem mais de 30 filmes no currículo, não esconde a preferência pelos papéis cinematográficos, mas reconhece a importância da TV em sua carreira. “Um ator não pode viver de uma mídia só”, diz.

A aparição mais recente em novelas foi como o padeiro Ribamar de “Amor Eterno Amor”. Embora tenha ficado feliz em interpretar um português, Nuno terminou o folhetim insatisfeito. “Estava indo bem, mas o espírito da novela era falar dos espíritos, aí começaram a cortar minhas cenas. Foi broxante”, contou.

Por outro lado, Nuno tem no currículo televisivo personagens marcantes como Gaspar Kundera (“Top Model”), Tony Carrado (“Mandala”) e Pasqualete (Malhação), dos quais ele fala com orgulho. “O legal do trabalho do ator é poder viajar pelos várias personagens. Já fiz bicheiro, surfista, professor, assassino”.

Apesar da experiência, Nuno não pensa em se aposentar e conta que ainda quer interpretar um italiano, um argentino e um gay. “Se juntar todos os papeis que eu já fiz, não dá 1% dos personagens que existem no mundo", diz..