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Currículos de jurados do Festival de Berlim sugerem que evento terá tom político

Tim Robbins faz parte do corpo de jurados do Festival de Berlim deste ano - Getty Images
Tim Robbins faz parte do corpo de jurados do Festival de Berlim deste ano Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo*

28/01/2013 14h36

O ator e ativista Tim Robbins, a cineasta dinamarquesa Susanne Bier e o diretor alemão Andreas Dresen estão no grupo de jurados que vai escolher os vencedores do Festival de Cinema de Berlim deste ano, que acontece entre 7 e 17 de fevereiro. As informações são do site The Hollywood Reporter.

Também se juntam ao presidente do júri, Wong Kar Way, o diretor iraniano Shirin Neshat, o diretor de fotogradia Ellen Kuras e a produtora e diretora grega Athina Rachel Tsangari.

Considerando os currículos dos jurados escolhidos, percebe-se que a política será o centro da Berlinale neste ano. Robbins é famoso por seu ativismo contra o envolvimento militar dos Estados Unidos em outros países. Já os filmes de Susanne Bier tratam da difícil relação do Ocidente e países em desenvolvimento.

Pela primeira vez no festival, o corpo de jurados é formado por uma maioria de mulheres: quatro entre sete jurados. As mulheres também dominarão o tapete vermelho do festival, como Catherine Deneuve na pele de uma mulher madura em fuga, Juliette Binoche como a escritora Camille Claudel internada em um centro psiquiátrico e Isabelle Hupert que viveu a brutalidade de um convento.

A seleção oficial será composta por 19 filmes competindo - entre eles filmes de Gus Van Sant, Steven Soderbergh, do iraniano Jafar Panahi e do bósnio Danis Tanovic (Oscar por "Terra de Ninguém").

Representando a América Latina estará "Gloria" produção chileno-espanhola de Sebastián Lelio, com Paulina Garcia interpretando outra mulher madura em busca do amor que, segundo o diretor Dieter Kosslick, assim como Deneuve, transmite um otimismo promissor.

Van Sant competirá com "Promised Land", interpretado por Matt Damon e Frances McDormand, que conta a história de um coletivo que expropria um consórcio energético de suas terras.

Enfocando outro coletivo de deserdados se encontra "An episode in the life of an Iron Picker", de Danis Tanovic, filme pelo qual Kosslick admite ter um carinho especial, além de "Uroki Garmonii", do estreante Emir Baigazin, estreia do Cazaquistão em competição.

Soderbergh é representado pelo thriller "Side Effects", interpretado por Jude Law, enquanto Jafar Panahi volta com "Parde", dois anos após ser membro à revelia do júri do festival - por estar preso em Teerã - e como expoente, diz Kosslick, da capacidade de fazer cinema apesar de sua inabilitação pelo regime de Teerã.

O festival será aberto com "The Grandmaster", filme fora da mostra competitiva, do presidente do júri Wong Kar Wai.

David Gordon Green trará a comédia "Prince Avalanche", com Paul Rudd e Emile Hirsch como trabalhadores de uma rodovia que vão passar o verão longe de sua cidade e se questionam sobre suas vidas, e seu compatriota Fredrik Bond estreará como diretor com "The necessary death of Charlie Countryman", com Shia LaBeouf.

O cinema francês compete com Juliette Binoche em "Camille Claudel, 1915" de Bruno Dumont; Deneuve em "Elle s'en va", dirigida por Emmanuelle Bercot, e "La Religieuse", de Guillaume Nicloux, com Pauline Etienne e Isabelle Huppert.

A anfitriã Alemanha estará representada por "Layla Fourie", de Pia Marais, acompanhada de "Gold", de Thomas Arslan e interpretado por uma das musas domésticas da Festival de Berlim, Nina Hoss.

Kosslick destacou ainda a participação de filmes do leste europeu, como o russa "A long and happy Life", de Boris Khlebnikov e a romena "Polizia Copilului" (Child's Pose), de Clin Peter Netzer.

Fora de competição serão exibidos o novo encontro romântico entre Ethan Hawke e Julie Delpy, em "Before Midnight" de Richard Linklater, assim como "Nigth train to Lisbon", de Bille August, com Jeremy Irons.

*Com informações da EFE