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"A Hospedeira" traz clichês da ficção cientifica e amor adolescente

A atriz Saoirse Ronan em cena de "A Hospedeira" - Reprodução
A atriz Saoirse Ronan em cena de "A Hospedeira" Imagem: Reprodução

Guilherme Solari

Do UOL, em São Paulo

29/03/2013 00h01

Saem os vampiros e entram os parasitas alienígenas dominadores de mente em "A Hospedeira", novo filme baseado nos livros de Stephenie Meyer, autora da saga "Crepúsculo". O longa, que estreia nesta sexta-feira (29), basicamente é "Os Invasores de Corpos" com o pano de fundo de paranoia política trocado por romance adolescente.

"A Hospedeira" se passa em um futuro próximo e aparentemente perfeito, isento de guerras, fome ou violência. O problema é que o planeta não é mais dos seres humanos, tomado por alienígenas que por algum motivo são obcecados por roupas brancas e veículos prateados. Os tais aliens dominam praticamente todos os corpos humanos ao serem inseridos na nuca dos hospedeiros.

Alguns resistem a essa utopia perfeita imposta na marra, como é o caso de Melanie (Saoirse Ronan), que acaba sendo capturada e servindo de hospedeira para uma extraterrestre conhecida como Peregrina. Com sua força de vontade, Melanie mantém algum controle sobre seu antigo corpo, assim como a capacidade de falar com Peregrina dentro de sua(s) cabeça.

Isso gera diversos momentos inadvertidamente cômicos quando a dupla encontra o antigo namorado de Melanie, Jared (Max Irons), e as duas discutem internamente sobre se devem ou não beijar ele ou ou o outro moção pelo qual a alienígena se apaixona. O que devia ser emocionante só consegue arrancar risadas da plateia pelo absurdo da situação.

Uma pena, considerando que o diretor Andrew Niccol já criou filmes excelentes sobre mundos aparentemente perfeitos que se revelam distopias, como "Gattaca" e "O Show de Truman". Mas "A Hospedeira" não vai além dos clichês, recicla um dos temas mais batidos da ficção científica: o dos alienígenas que vêm nos dominar e acabam se emocionando ao "aprenderem o que é ser humano". O filme não só não traz nada de novo ao gênero, como embute ainda mais melodrama nesse lugar-comum.

O elenco é completado por William Hurt, no papel do líder da resistência humana Jeb, e Diane Kruger interpretando uma caçadora de humanos. Hurt consegue dar um mínimo de seriedade ao longa e Kruger faz o que pode com seu personagem de motivações um tanto estapafúrdias.

Fãs de "Crepúsculo" que estejam em crise de abstinência pela série talvez encontrem algo para se divertir em "A Hospedeira", porém mesmo esses podem se desapontar nessa história que tenta mas não chega perto da força da saga de vampiros de Stephenie Meyer.

TRAILER LEGENDADO DO FILME "A HOSPEDEIRA"