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Para Wagner Moura, distância da família foi maior dificuldade de filmar no exterior

Alice Braga e Wagner Moura participam da apresentação de cenas do filme "Elysium" em São Paulo - Claudio Bonesso/Divulgação
Alice Braga e Wagner Moura participam da apresentação de cenas do filme "Elysium" em São Paulo Imagem: Claudio Bonesso/Divulgação

Natalia Engler

Do UOL, em São Paulo

08/04/2013 23h54Atualizada em 09/04/2013 21h36

Explosões, perseguições e cenários hiper-realistas de uma Terra futurística e devastada formaram as primeiras imagens do filme “Elysium” exibidas à imprensa brasileira.

Dirigido por Neill Blomkamp (“Distrito 9”) e protagonizado por Matt Damon, o longa é a primeira incursão do brasileiro Wagner Moura no cinema internacional e também conta com Alice Braga no elenco. Os dois falaram sobre a experiência depois da exibição das cenas, com duração de cerca de 10 minuto, em São Paulo, na noite desta segunda-feira (8).

Sem poder revelar muito sobre seu personagem, Wagner explicou que ele é um misto de “revolucionário, fora da lei, hacker e coiote”. “Meu personagem faz questão de estar fora, não quer fazer parte do que sobrou para eles na Terra”. O que sobrou, no caso, é uma Terra superpopulosa e pobre, onde vivem as camadas mais baixas da humanidade, impedidas de se juntar à elite em Elysium, uma estação espacial paradisíaca onde vivem as classes mas altas.

Já Frey, a personagem de Alice, é uma amiga de infância do protagonista Max da Costa, vivido por Matt Damon, que se torna enfermeira e reencontra Max depois de muito tempo. “Ela tem uma filha e eu já tinha feito papel de mãe em outros filmes, mas nesse foi muito difícil, porque estou com ela o tempo todo e em cenas muito intensas”, contou a atriz, que está prestes a completar 30 anos, em 15 de abril. “É uma jovem mulher que a vida pressionou a amadurecer antes”, completou.

Amigos há bastante tempo, os dois atores não pouparam elogios um ao outro e Wagner contou que se apoiou muito em Alice. “Para mim foi muito importante a Alice estar lá. É um barato fazer filme em inglês, grande, com efeito especial. Mas o que foi difícil para mim é que é um filme que demora muito para ser feito –aqui a gente grava em seis, sete semanas. A gente ficou cinco meses filmando e eu tenho muita dificuldade em ficar longe de casa, da minha família, dos amigos.”

Curiosamente, foi o próprio Wagner que levou Alice para a produção, ao indicá-la para o diretor, que procurava uma jovem atriz, possivelmente latina, para o papel de mocinha.

“Foi um sonho realizado fazer parte de mais um passo na vida dele. Foi emocionante ver o Wagner arrebentando no set e ouvir as pessoas comentando sobre como ele pirou em uma cena”, elogiou Alice.

Trabalhando pela primeira vez em uma produção estrangeira, Wagner comentou o desafio de atuar em uma outra língua e disse que não quis se preocupar com o sotaque ao falar inglês. “Eu não falo inglês muito bem. Me viro pra viajar, mas trabalhar em inglês é muito difícil. Eu me beneficiei de ‘Elysium’ ser um filme em que o Neill procurou que o elenco fosse multicultural. Na minha cabeça, meu personagem é brasileiro”, afirmou.

Ao ser questionado sobre as diferenças de participar de uma produção de 100 milhões de dólares, Wagner brincou: “A diferença é que dão muita comida. E é uma comida boa, a gente quer comer aquilo”.

Ambos os atores fizeram questão de frisar que, assim como em “Distrito 9”, Neill novamente mescla em “Elysium” a ficção científica com temas sociais. “É muito difícil fazer um filme que seja atraente para o telespectadores e que tenha também uma mensagem, que não seja só entretenimento”, disse Wagner. “E este é um filme que é grande, de grande público, mas é um filme que tem uma mensagem”, completou Alice.

TRAILER DO FILME "ELYSIUM"

Cenas inéditas
Nas cenas inéditas de “Elysium” exibidas nesta segunda para jornalistas e cinéfilos em São Paulo, Los Angeles e Berlim, podemos ver grandes metrópoles devastadas e enormes edifícios transformados em cortiços na Terra de 2154. O Max de Matt Damon é um operário com um passado de contravenções, que tenta se adaptar a uma vida controlada sem perder um sarcasmo que lhe rende alguns problemas com robôs policiais. Pressionado pelo supervisor da fábrica onde trabalha a entrar em um compartimento prestes a ser bombardeado por radiação, Max acaba preso e é contaminado, ganhando um prognóstico de poucos dias de vida.

Com pouco a perder, Max procura Spider (Wagner), um fora da lei cheio de tatuagens, que fala inglês com um sotaque carregado. Spider pode levar Max para Elysium, mas pede em troca que ele faça parte de uma missão: sequestrar um figurão que está indo para a Terra e transferir o conteúdo do cérebro dele para o de Max. Para isso, Max passa por uma dolorosa operação em que um exoesqueleto é acoplado a seu corpo, transformando-o em uma espécie de ciborgue.

Aparentemente, os dados contém informações cruciais para manter o estado de segregação, e a personagem vivida por Jodie Foster, uma espécie de governante de Elysium, fará de tudo para capturá-lo.

Neste contexto de batalhas e perseguições, a personagem de Alice Braga aparece pouco, apenas ao reencontrar Max no hospital quando ele tem um braço quebrado por um policial, antes dele colocar sua vida em perigo.

"Elysium" tem estreia no Brasil prevista para 20 de setembro de 2013.