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Monica Bellucci diz que seu português ruim é impedimento para filmar no Brasil

Monica Bellucci e Kad Merad em cena de "Aconteceu em Saint-Tropez", de Danièle Thompson - Divulgação
Monica Bellucci e Kad Merad em cena de "Aconteceu em Saint-Tropez", de Danièle Thompson Imagem: Divulgação

Do UOL, no Rio

Fabíola Ortiz

02/05/2013 19h04

Depois de viver Maria Madalena em “Paixão de Cristo” de Mel Gibson (2004), ser Cleópatra em “Asterix e Obelix: Missão Cleópatra” (2002) e atuar junto com seu marido, o francês Vincent Cassel, em “Irreversível” (2002), Monica Bellucci aparece em seu mais novo filme como uma “morena burra” na comédia “Aconteceu em Saint-Tropez”, de Danièle Thompson.

Aos 48 anos, a italiana Bellucci estreia no Festival Varilux de Cinema Francês – até 16 de maio em 45 cidades brasileiras – em uma de suas poucas atuações em filmes de comédia. A atriz, que há cerca de quatro meses vive no Rio de Janeiro com seu marido, Vincent Cassel, de 46, e suas duas filhas, Deva, 9, e Leonie, 3, admite que adoraria filmar no Brasil, mas seu “português é um problema grave”.

Andre Freitas / AgNews
Adoraria (filmar no Brasil), mas meu português é um problema grave.

A atriz italiana Monica Bellucci, que está morando no Rio com o marido Vincent Cassel

“Adoraria (filmar no Brasil), mas meu português é um problema grave. Claro que se o roteiro for interessante e alguém pensar em mim, uma mulher italiana que vem para o Brasil, eu trabalharia. Teria que treinar o português e atuar com um sotaque italiano. Tenho certeza que encontraria o caminho”, comentou Bellucci em uma conversa informal com os jornalistas, na tarde desta quinta-feira (2), no Rio de Janeiro.

Arriscando umas palavras em português e misturando com inglês e francês, Monica diz que, ao contrário de Cassel, para ela é difícil aprender o idioma. “Vincent fala perfeito, as meninas falam como cariocas. É incrível. Eu viajo muito e o problema é que falo muitas línguas. O italiano é tão próximo ao português, a impressão é de um italiano mal falado. Adoro o idioma, é suave, poético e sensual. Eu entendo mas falo pouco”, confessou.

A atriz italiana se disse conhecedora de filmes brasileiros e citou “Orfeu Negro” (um filme ítalo-franco-brasileiro de 1959, dirigido por Marcel Camus); “Tropa de Elite”, de José Padilha; e “Cidade de Deus” de Fernando Meirelles. “Este é um filme que vai ficar na história do cinema (sobre 'Cidade de Deus'). Há muitos brasileiros com quem gostaria de trabalhar, há muitos diretores bons aqui”, destacou.

Toque italiano à comédia francesa
Monica Bellucci integra o elenco de “Aconteceu em Saint-Tropez” junto com Kad Merad e Éric Elmosnino e dá um toque italiano à comédia francesa. “Quando li o roteiro, fiquei encantada. É uma comédia sobre uma família que tem problemas, uma mistura de amor e ódio. Meu papel é de uma mulher italiana de descendência católica que conhece uma família judia e não sabe nada sobre a religião judaica. Nunca fiz um papel assim, foi novo para mim”, contou Bellucci.

Não tenho feito tantas comédias na minha vida, grande parte do meu tempo é com papeis dramáticos. Foi interessante para mim fazer algo que seria diferente.

A atriz italiana Monica Bellucci, sobre seu papel na comédia francesa "Aconteceu em Saint-Tropez"

Para a atriz, o critério na escolha de um filme começa pelo roteiro. “Às vezes sinto que tenho que fazer porque é bom para a minha carreira e não posso deixar, mas outras vezes que é bom para mim. O importante é atuar e não importa quantos minutos”.

Nesse caso de uma comédia, Bellucci assegurou que sempre foi tentada a trabalhar com Danièle Thompson, filha de um consagrado diretor francês de comédias, Gerard Oury. “Queria fazer parte deste universo. Não tenho feito tantas comédias na minha vida, grande parte do meu tempo é com papeis dramáticos. Foi interessante para mim fazer algo que seria diferente. A personagem é um pouco superficial, ingênua, e em grande parte dos momentos fala coisas que não deveriam, mas de uma forma engraçada. Apesar de ser assim desajeitada, o espectador sempre fica do lado dela, porque ela tem um coração”.

Para Bellucci, Thompson é capaz de representar a realidade cômica do dia-a-dia para o cinema. “Daniele sabe encontrar a poesia no dia a dia da vida”.