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Zoe Saldana diz que apoia relação de Uhura e Spock em novo "Star Trek"

Ian Spelling

Do Hollywood Watch

10/05/2013 05h00

"Além da Escuridão - Star Trek 2" estreia em 17 de maio nos EUA e, em 14 de junho, no Brasil. Já faz mais de quatro anos desde que "Star Trek" (2009) ressuscitou a franquia e recuperou seu lugar de destaque no cenário da cultura pop. Em termos de Hollywood, isso corresponde a uma vida.

"Ter que esperar tanto para rodar a sequência de um projeto que curti tanto começou a se tornar um lance frustrante", admite Zoe Saldana, que interpreta a Tenente Nyota Uhura. "No fim, já estava feliz só de saber que haveria uma continuação. Às vezes, o ator adora fazer um original, mas não pode fazer o segundo; em outras, você cria uma expectativa enorme e aí o filme não emplaca. Para mim, o fato de estar num longa que fez sucesso e ainda por cima poder continuá-lo me deixou nas nuvens."

Poucos filmes recentes foram envoltos em tanto mistério como "Além da Escuridão". O diretor J.J. Abrams manteve o set fechado aos olhos curiosos e, mesmo já tendo estreado em várias cidades europeias, os atores têm ordens estritas de não entrar em detalhes. Apesar desse cuidado todo, o que se sabe é o seguinte: um terrorista chamado John Harrison (Benedict Cumberbatch) ataca a Terra e parece ter mágoa de Kirk (Chris Pine), da Enterprise e da Federação Unida dos Planetas. O capitão e sua tripulação entram em ação, determinados a acabar com Harrison, mas ele sempre parece estar um passo à frente de todos.

Saldana reassume o papel de Uhura, a oficial responsável pelas comunicações da nave Enterprise. A atriz, que também estrelou "Avatar" (2009), deve voltar para a sequência da superprodução.

"J.J. é famoso por inventar as maiores surpresas e reviravoltas", afirma ela, por telefone, de sua casa em Los Angeles. "Você participa da primeira parte do filme e sabe que a segunda vai ser ainda mais espetacular, mas é preciso ter calma. É um lance tipo 'Não se apresse. Respira fundo', mas não dá para relaxar e simplesmente esquecer."

"E você sabe que a experiência vai ser fantástica, que vai reviver a empolgação de ler o roteiro com o coração batendo rápido. Essa é uma das coisas que adoro na minha profissão, porque me permite ter uma experiência muito mais abrangente como fã de cinema", conta.

E acrescenta: "Essa sequência foi muito mais trabalhosa no aspecto físico do que o filme anterior. Não estou falando de nada extraordinário ou inédito porque nos primeiros nove minutos divulgados no final do ano passado deu para ver que concluímos a missão. Todo mundo que estava espalhado se reuniu na nave. Uhura fez parte de tudo isso, assim como eu, e foi ótimo. Amei porque pude investir fisicamente na minha personagem".

"Não posso contar o que vem depois disso, mas só sei que fico bem ocupada."

Uhura faz parte de uma das tramas mais polêmicas do cinema atual. O "Star Trek" de Abrams explora uma nova linha do tempo com versões mais jovens do seriado original ‒ em outras palavras, os personagens de Saldana, Pine, Zachary Quinto e companhia vão envelhecer para se tornarem os interpretados por Nichelle Nichols, William Shatner, Leonard Nimoy e assim por diante... ou não, já que a linha do tempo é outra e os personagens podem divergir dos originais – o que, de certa forma, já aconteceu.

A diferença mais drástica coloca Uhura e Spock no início de um relacionamento romântico ‒ opção que agradou a muitos fãs e horrorizou a outros ‒ que continua a se desenvolver em "Além da Escuridão".

"Eu não me toquei que havia muita gente contra; na verdade, fiquei feliz pelo pessoal que gostou da novidade. Acho que fiquei tão entusiasmada que não pensei em mais nada", confessa ela.

"Apoio totalmente essa relação. Acho que faz muito sentido em relação ao que acontece depois. Quem assiste ou assistiu ao seriado sabe o que rola, mas ninguém sabia como tudo tinha começado e o que tinha acontecido entre eles ‒ e estou falando de todos os personagens", prossegue.

"Nesse aspecto, J.J. e os roteiristas (Bob Orci, Alex Kurtzman e Damon Lindelof) tiveram bastante liberdade para criar, e foi o que fizeram."

Em relação ao segredo que envolve o longa nos últimos anos, Saldana reconhece a estranheza de ter que fazer a publicidade dele sem poder dar detalhes, mas também acha que os fãs vão descobrir que valeu a pena.

E provoca: "É divertido porque, no fim, não tenho que me esforçar para pensar no que dizer. Só lasco um 'Não posso contar nada' e pronto. Perfeito".

E ri.

"Com certeza, é um filme para todos", ela continua, mais séria. "É para os fãs e para a imprensa. Não quero estragar a surpresa para quem está ansioso para assistir."

"Somos todos apaixonados por cinema. É por isso que continuamos vendo filmes, para mergulhar na viagem. Queremos ser surpreendidos."

(Ian Spelling é jornalista freelancer em Nova York.)