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Atores de "Se Beber, Não Case" contam que franquia mudou suas vidas

Ana Maria Bahiana

Do UOL, em Los Angeles

29/05/2013 05h00

Quatro anos atrás, um pequeno filme de orçamento modesto – com um elenco de caras pouco conhecidas fora da TV e um diretor com um currículo de quatro títulos de sucesso reduzido – tomava de assalto as bilheterias com a história de um grupo de amigos que não consegue recordar o que aconteceu com eles durante uma noite louca em Las Vegas.

Alan precisa ter esse lado, o lado do coração, uma certa doçura, senão o público vai achar difícil gostar dele.

Zach Galifianakis sobre seu personagem

Na bilheteria norte-americana, o filme acumulou mais de US$ 277 milhões, tornando-se o sucesso inesperado da temporada de verão 2009. Depois, veio a internacional, que acrescentou mais US$ 200 milhões ao total de ingressos vendidos.

Estava lançada a franquia “Se Beber, Não Case”. Em pouco tempo, Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis e o diretor Todd Phillips tornaram-se estrelas. O segundo filme veio em 2011, levando a história para Bangcoc, na Tailândia, e rendendo mais de  US$ 586 milhões pelo mundo afora.

Eu seria um idiota completo se não desse o devido crédito a 'Se Beber, Não Case' pelo momento extraordinário de carreira que estou vivendo agora.

Bradley Cooper sobre a importância da franquia em sua carreira

O último capítulo da história dos três amigos farristas chega às telas brasileiras neste final de semana e encontra pelo menos Cooper e Galifianakis bem diferentes. Cooper é, agora, um astro de primeira grandeza com uma agenda lotada de projetos com grandes diretores. Galifianakis, bem mais magro (“parei de beber, tudo mudou”), está trabalhando com o diretor Alejandro Gonzalez Iñarritu (“Amores Brutos”, “21 Gramas”, “Babel”) em “Birdman”. Helms, que era provavelmente o mais conhecido do três, quando o primeiro filme estreou, é o que menos teve sua carreira alterada – continua investindo nas comédias, e sentindo saudades tanto dos companheiros de “Se Beber, Não Case” quanto dos colegas da série “The Office”, que chegou ao fim este mês nos Estados Unidos.

Antes de embarcar para divulgar o filme no Brasil, os três integrantes do “bando de lobos” relembraram em entrevista ao UOL como foi participar da franquia e que impacto ela teve em suas vidas.


UOL - Sente saudade ao se despedir do seu personagem?
Bradley Cooper -
Um pouco. Porque, na primeira vez em que li o primeiro roteiro, eu detestei Phil. Mas o roteiro era tão bom e eu tinha tanta confiança em Todd [o diretor Todd Phillips] que resolvi encarar o projeto e descobrir algo sobre o mundo interior do personagem. Acho que valeu a pena.

Eu sou, na verdade, uma pessoa muito quieta. Só sou realmente engraçado fora do trabalho, quando estou com minha família.

Zach Galifianakis sobre a fama de engraçado que ganhou com Alan

Zach Galifianakis - Sinto, muita. Sou muito grato a Alan. Acho que, muitas vezes, o que falta nas comédias é coração. Se preocupam só com as piadas, mas acho que um componente emocional ajuda as piadas. Alan precisa ter esse lado, o lado do coração, uma certa doçura. Senão, o público vai achar difícil gostar dele. Vou ter saudade desse trabalho.

Ed Helms - Esta série de filmes e “The Office” estão terminando ao mesmo tempo… É o fim de um ciclo… É uma sensação ao mesmo tempo boa, de um trabalho bem feito, por outro lado triste. Principalmente não ter mais a companhia dos colegas que, depois desse tempo todo, são como uma família.

TRAILER DO FILME "SE BEBER, NÃO CASE - PARTE 3"

Como os filmes da série afetaram sua vida?
Cooper -
Eu seria um idiota completo se não desse o devido crédito a “Se Beber, Não Case” pelo momento extraordinário de carreira que estou vivendo agora. Para um garoto que cresceu vendo cinema e amando cinema e sonhando com cinema, é um privilégio estar onde estou, trabalhando com diretores do calibre de Steven Spielberg, David O. Russell, Derek Cianfrance e Cameron Crowe. Sou grato por isso, todos os dias. A palavra chave para definir este ciclo de filmes é “oportunidade”. Uma oportunidade que mudou minha vida, a vida minha família, dos meus amigos, de Ed e de Zach.

Eu nunca pensei que algum dia eu tivesse que lidar com a chamada cultura da celebridade. Mas estou aprendendo agora...

Ed Helms sobre o impacto da franquia em sua vida

Galifianakis - Agora, as pessoas esperam que eu seja engraçado o tempo todo. E não são apenas os produtores e as pessoas da indústria. Gente na rua, amigos… E a verdade é que ninguém é engraçado o tempo todo. Eu, na verdade, sou uma pessoa muito quieta. Só sou realmente engraçado fora do trabalho, quando estou com minha família, que é um bando de gente gaiata. Minha mulher sabe disso. É por isso que a amo tanto.

Helms - Os filmes mudaram minha vida completamente, tanto do ponto de vista profissional quanto pessoal. Quando uma coisa desta magnitude acontece na vida profissional de alguém, tudo muda, inclusive as vidas das pessoas a sua volta, a família, os amigos. Eu nunca pensei que algum dia eu tivesse que lidar com a chamada cultura da celebridade. Mas estou aprendendo agora… aprendendo a não me importar com coisas bobas, a me concentrar no que é importante, a preservar minha vida pessoal… Levei uns bons dois anos para aprender isso… Mas de fato foi um evento singular, imenso.

Como você descreveria seus dois colegas de aventuras?
Cooper -
Ed: absurdamente talentoso. Zach: um dom divino. São todos pessoas maravilhosas e artistas de enorme talento, grandes comediantes e grandes atores, todos eles.

Galifianakis - Bradley tem uma inteligência notável para a comédia – não sei se as pessoas sabem disso. Ed é simplesmente um grande ator.

Eles são o meu Bando de Lobos de verdade, minha matilha. O que era ficção no primeiro filme virou verdade nas nossas vidas… Sem as loucuras, é claro.

Ed Helms sobre a amizade com os outros atores

Helms - Eles são o meu Bando de Lobos de verdade, minha matilha. O que era ficção no primeiro filme virou verdade nas nossas vidas… Sem as loucuras, é claro. Estou falando da amizade, da confiança mútua… e Todd está incluído no grupo, é claro.

Qual a lembrança mais forte que você leva com você deste ciclo de filmes?
Cooper -
A lembrança de nós três e Todd no set, discutindo uma cena, durante as filmagens do primeiro filme. A sensação de que eu fazia parte de um quarteto de jazz de feras, capaz de improvisar com brilhantismo e sincronia perfeita.

Galifianakis - Filmar na Tailândia. Aquilo não foi fácil. Por um lado, eu estava superfeliz, porque o primeiro filme tinha sido um sucesso tão grande que agora podíamos fazer mais um. Por outro... Não… A Tailândia não foi fácil não…

Helms - Tenho um respeito maior pelos dentistas. Principalmente o meu dentista. E, por alguma razão bizarra, ele adora o Stu. Aliás, parece que todos os dentistas adoram o Stu… Ele não é certamente o modelo da categoria profissional, mas algo nele desperta sabe-se o que nos dentistas…