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"A mãe do comercial de margarina não existe", diz protagonista do filme "Minha Mãe É Uma Peça"

Thays Almendra

Do UOL, em São Paulo

10/06/2013 08h58

Mais uma comédia brasileira chega aos cinemas na próxima semana, desta vez com uma mãe anti-heroína na pele do humorista Paulo Gustavo. "Minha Mãe É Uma Peça" saiu dos palcos do teatro para as telas de cinema, e a personagem Dona Hermínia está ainda mais geniosa, histérica e divertida com os filhos no longa-metragem que estreia no dia 21.   

"A mãe que é mostrada na TV não é real. A mãe comum é a minha mãe. Essa mãe do comercial de margarina não existe. Não existe uma mãe totalmente equilibrada. A mãe cuida, se preocupa e o filho cresce, mas ela acha que ele ainda é criança", disse Paulo Gustavo em entrevista ao UOL. Há sete anos em cartaz com a peça, ele decidiu levá-la ao cinema por ser uma história que "se assemelha à vida de muitas pessoas". 

Trailer de "Minha Mãe é Uma Peça"

Paulo teve sua mãe como inspiração para criar a personagem. Desde criança, o humorista passava os dias a imitando e observando também as atitudes de suas avós e tias, até que resolveu fazer um esquete de 8 minutos para participar da comédia "Surto" – que, mais tarde, virou um monólogo no teatro. "O gênio da minha mãe é parecido com o da Dona Hermínia", explica o ator aos risos. Já o look da personagem é uma caricatura da dona de casa. 

Diferentemente do teatro, "Minha Mãe É Uma Peça" dá vida aos personagens que Dona Hermínia cita no monólogo e faz um flashback de muitas histórias que a mãe passou com seus filhos. Segundo o ator, o filme começa com a personagem escutando uma ligação do filho Juliano (Rodrigo Pandolfo). Quando está indo para o clube com o pai, Carlos Alberto (Herson Capri), o menino esquece o celular ligado e diz ao pai que preferia morar com ele. Depois, ainda revela que preferia que sua madrasta, Soraia (Ingrid Guimarães), fosse sua mãe.

"Dona Hermínia quase morre do coração e resolve dar um gelo de dois dias nas crianças. Então, ela vai para a casa da Tia Zélia (Sueli Franco), que é amiga e confidente dela, e começa a contar tudo sobre sua vida", disse ele, que foi dirigido por André Pellenz no longa. 

Apesar de divertida, Dona Hermínia sofre de solidão, colocando os filhos como prioridade e esquecendo de viver. "As crianças não precisam mais tanto dela, o marido a trocou por uma mulher mais jovem e ela está em casa sozinha, de 'bobe' na cabeça e nem um pouco interessante", disse Paulo. Ele explica também que o filme tem uma "moral da história". "A pessoa que sai do cinema pensando um pouco mais na mãe. Porque ela falou muito e riu, mas, de repente, ela se dá conta que está sozinha e, muitas vezes, não tem com quem conversar". 

Paulo Gustavo na TV
Além do teatro e do cinema, Dona Hermínia também está na TV. Paulo Gustavo interpreta a mãe sem pudores ou regras no programa "220 volts" no canal a cabo Multishow. "Minha vida é uma correria. Dona Hermínia está tomando conta de todos os meus momentos, mas é muito divertido", disse ele, que também está em cartaz com o stand up "Hiperativo", no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo. 

No mesmo canal de TV, Paulo também apresenta o "Vai Que Cola". As gravações são realizadas no Rio de Janeiro. No momento da entrevista ao UOL, o ator havia chegado do Rio para passar três dias em São Paulo e apresentar "Minha Mãe É uma Peça" e "Hiperativo" no teatro.

"Quando gravei o filme não tinha tempo para pensar, era multitarefa mesmo", contou Paulo, que não se arrepende da "correria" e deseja investir em um "Minha Mãe É Uma Peça 2", com a possível participação de Luana Piovani.  

Veja trechos e bastidores do filme "Minha Mãe é Uma Peça"