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"Wolverine - Imortal" leva herói ao Japão para viver suspense psicológico

Alessandro Giannini

Do UOL, em São Paulo

25/07/2013 07h00

"Wolverine - Imortal" leva o antiherói de temperamento irascível e modos brutos ao Japão para reencontrar velhos conhecidos e embarcar em uma aventura mais introspectiva. Não foi uma escolha aleatória de James Mangold e isso está impresso nas referências aos filmes de Yakuza e samurai que surgem na tela ao longo da projeção.

O novo longa  faz uma ponte entre a saga anterior, protagonizada por Patrick Stewart e Ian McKellen, e a versão jovem, "X-Men: Primeira Classe" (2011), com James McAvoy e Michael Fassbender como protagonistas.

Quando o filme começa, Wolverine (Hugh Jackman) questiona sua própria existência. Usado pelas Forças Armadas, pelo governo, por inimigos, vilões e até por entes queridos, ele começa a encarar sua imortalidade como uma maldição. Neste contexto, é atraído para o Japão, que não visitava desde a Segunda Guerra Mundial, e se vê envolvido em uma trama que o coloca em confronto direto com a Yakuza e uma linhagem de samurais.

TRAILER LEGENDADO DE "WOLVERINE - IMORTAL"

Ao construir o enredo mais em torno da mente do personagem do que das engrenagens da trama, Mangold transforma o filme em uma aventura de ação e suspense psicológica. E ao aproximar Wolverine do samurai sem senhor e errante, chamado de Ronin, o cineasta faz com que o herói questione seus propósitos e objetivos, seus atributos e até sua mortalidade.

Tendo como cenário o Japão contemporâneo, em que modernidades, tradições e códigos de honra convivem, "Wolverine - Imortal" coloca em confronto o erudito e o popular, uma metáfora que se encerra na revelação do colossal Samurai de Prata. É um filme mais inteligente e menos superficial do que se pode imaginar.

É a sexta vez que Jackman interpreta Logan, recorde em que um único ator interpretou um herói dos quadrinhos. Além da prática de se moldar ao personagem, ele é um ator versátil e de qualidades evidentes, carismático e com personalidade. A atriz japonesa Tao Okamoto faz o papel de Mariko, o par romântico do herói, e Rila Fukushima encarna a guarda-costas e espadachim Yukio.

No trio de protagonistas, Jackman prepondera, tanto pela experiência quanto pela performance. Escolhidas por meio de testes, Okamoto e Fukushima apenas marcam presença com seus belos rostos e corpos. A atriz russa Svetlana Khodchenkova, no papel de Víbora, uma mutante esperta e traiçoeira de olhos verdes, se destaca como vilã sem nunca assumir um papel de protagonismo. 

JACKMAN FALA SOBRE COMO JAPÃO É MOSTRADO NO LONGA