"Mato Sem Cachorro" se sai melhor que a média ao misturar ícones do pop
O diretor Pedro Amorim não tem vergonha de dizer que se emocionou muito mais com "Benji" do que com "Sociedade dos Poetas Mortos". Ele também é fã declarado de "Curtindo A Vida Adoidado", comédia que marcou a geração de crianças e adolescente dos anos 1980. Juntando suas preferências, ele estreia nos cinemas nesta sexta (4) com "Mato Sem Cachorro", comédia romântica com Leandra Leal e Bruno Gagliasso.
Trailer de "Mato Sem Cachorro"
Com o roteirista André Pereira e a produdora Malu Miranda, Amorim conta a história de um casal que se apaixona após salvar um cão que sofre de narcolepsia (desmaia toda vez que fica muito animado). O trio acredita que o gênero é pouco explorado no Brasil e, por isso, entrega uma comédia romântica clássica, que carrega tudo de bom e de ruim que compete ao gênero, como o amor leve, mas também a previsibilidade. A diferença aí é que o filme de Amorim é mais bem feito que a média do gênero.
Mesmo carregando muitos clichês e algumas atuações que não acrescentam para a trama, como a de Adriana Bombom e Joaquim Lopes, Amorim vai muito bem quando leva seu universo particular para a telona. Nerd assumido e músico frustrado, o diretor criou um protagonista que é mestre em mashups musicais. Uma das cenas mais empolgantes traz a banda do filme, Sidney e suas Cópias, em uma mistura de "I Love Rock 'n' Roll", de Joan Jett, com "O Meu Sangue Ferve por Você", do Magal. O filme também faz um mashup divertido de outros ícones do pop, como Wando, "Caverna do Dragão", Xuxa, Guitar Hero e muito mais.
"Eu me inspirei no Rambo", diz Gentili
Outros ícones do mundo pop foram inseridos na história, como Elke Maravilha, irreconhecível no papel de uma idosa que se diverte com Sidney e as cópias e Sandy, que faz papel dela mesma, mas em um estilo bad girl, que tem a carreira prejudicada ao ser filmada quando é pega no teste do bafômetro. O filme ainda tem participações de Marcelo Tas, Rafinha Bastos, Paulinho Serra e Gabriela Duarte.
Os responsáveis pela parte romântica do filme, Leandra Leal e Bruno Gagliasso, demonstram empenho ao repetirem a parceria da novela "Passione", em 2010. Com charme habitual, Leal mostra que também encara bem um gênero mais leve. Ela também pode ser vista em um longa mais experimental, "O Uivo da Gaita", de Bruno Safadi, exibido no Festival do Rio. Gagliasso também se sai bem na tarefa de interpretar um cara que se recusa a sair do sofá e que é, ao mesmo tempo, apaixonante.
Outro estreante das telas é Danilo Gentili, que interpreta ele mesmo apesar de seu personagem se chamar Leléo. Primo de Deco (Gagliasso), Leléo, como o diretor definiu, é idiota, sem papas na língua e meio mal educado. As características podem não agradar a todos, mas Gentili as carrega com segurança.
A comédia chega só agora no circuito nacional, mas já provou do sucesso. Escolhida para abrir a Première Brasil no Festival do Rio, o filme foi bem recebido com gargalhadas e muitas palmas do público. Amorim provou que misturou bem os heróis de sua infância.
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