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"Foi excelente", diz Caio Blat sobre atuar com Carolina Dieckmann no cinema

Caio Blat em cena de "Entre Nós" - Divulgação
Caio Blat em cena de "Entre Nós" Imagem: Divulgação

Gabriel Mestieri

Do UOL, em São Paulo

04/10/2013 19h04

O ator Caio Blat, que contracenou com Carolina Dieckmann no filme "Entre Nós", de Paulo Morelli, disse que a interação com a atriz, estreante no cinema, "foi excelente". O longa, que também conta com a participação de Maria Ribeiro, mulher do ator, e Paulo Vilhena, conta a história de um grupo de seis amigos que se reencontra.

Na reunião, ocorrida, num sítio, os amigos abrem cartas que haviam escrito e enterrado dez anos atrás, momentos antes de um sétimo integrante do grupo morrer.

"Carolina é a melhor amiga da minha mulher e ela, depois de tanto sucesso e tantos trabalhos incríveis na televisão, ao mesmo tempo tinha todo o frescor pelo fato de ela estar estreando no cinema", afirmou.

Em entrevista por telefone ao UOL do Rio, onde o longa foi exibido nesta quinta-feira (3) no festival internacional de cinema que ocorre na cidade, Blat, que está com 33 anos, comenta também sobre as cartas que os atores enterraram enquanto faziam o filme, assim como o personagens, e sobre seu primeiro trabalho na direção, em um projeto que deve ser rodado em 2014.

Leia trechos da entrevista:

UOL Cinema: Como surgiu o convite para fazer este filme?
Caio Blat: O Paulo [Morelli, diretor] me mandou o roteiro e ao mesmo tempo começou o processo de formar esse grupo de amigos da vida inteira para uma história de amizade que atravessa mais de 10 anos. Ao mesmo tempo, por vários caminhos, cada ator que entrava para o elenco era sempre um amigo da vida inteira. A gente conseguiu formar um grupo de amigos da vida inteira para fazer um filme sobre amigos da vida inteira, então foi uma coisa coletiva muito forte, muito especial. Foi um privilégio poder pegar um grupo de pessoas que você ama e ir para um lugar lindíssimo, onde é a locação do filme [São Francisco Xavier, na Serra da Mantiqueira, em São José dos Campos (SP)], foi um privilégio muito grande.

UOL Cinema: Como foi a interação com Carolina Dieckmann nas filmagens?
Caio Blat: Foi excelente, a Carolina é a melhor amiga da minha mulher, da Maria, da vida inteira, é nossa amicíssima. E depois de tanto sucesso e tantos trabalhos incríveis na televisão, ao mesmo tinha todo o frescor pelo fato de estar estreando no cinema. Foi um processo diferente para ela, porque a gente improvisava o tempo inteiro, e no início ela chegou bastante receosa, porque estava habituada a decorar textos, não estava acostumada a trabalhar num processo assim, colaborativo e de improviso. Ao mesmo tempo, ela foi ficando fascinada com aquele ambiente e no final do processo ela estava improvisando o tempo inteiro, totalmente à vontade, e isso é o mais especial do filme, essa intimidade com que a gente contracena.

UOL Cinema: Viu o filme, gostou do resultado?
Caio Blat: A gente tinha assistido a um corte anterior, num telão, na casa do Paulo, mas o filme mudou muito, cresceu muito, na sessão de ontem vimos um resultado muito maduro, redondo, esteticamente impecável. E a trilha, que a gente ainda não tinha ouvido, é muito forte na manutenção da tensão do filme, então acho realmente que o filme completo nos surpreendeu, porque o filme cresceu muito.

UOL Cinema: Como foi a recepção das pessoas na sessão?
Caio Blat: A recepção foi absurda, as pessoas ficaram apaixonadas, acho que elas ficam completamente seduzidas pela trama do filme, acho que o filme é muito sensual, muito sensorial. O sítio, a madeira da casa, a intimidade entre os amigos, o vinho, o cigarro, as comidas, acho que é um filme que dá vontade de vocês estar ali comendo, bebendo com aquelas pessoas e conversando. Ele cria um ambiente muito sedutor, as pessoas ficaram seduzidas pelo filme.

  • Divulgação

    Maria Ribeiro (de costas), Carolina Dieckmann e Caio Blat, em cena de "Entre Nós"

UOL Cinema: O que mais te deu prazer nessas filmagens?
Caio Blat: Foi essa convivência, essa estadia num lugar paradisíaco, com pessoas que eu amo, fazendo aquilo que a gente ama, que é cinema, e em alto nível ainda por cima. Então foi um prazer muito grande com o processo que a gente viveu e agora um prazer muito grande com o resultado.

UOL Cinema: Houve alguma dificuldade?
Caio Blat: Pela densidade do personagem, acho que é um personagem difícil, porque ele se mantém em nível de suspense, expectativa, tensão muito grande o tempo inteiro, mas foi um grande prazer, mesmo. E trabalhar com a Maria, minha mulher, é um puta privilégio, ela é uma artista completa, ela contribuiu muito com os diálogos, com o roteiro. Ela, além de atriz, é escritora, acho que foi um dos processos mais prazerosos, realmente, pela forma colaborativa que foi.

UOL Cinema: A Maria disse que todos os atores tiveram que escrever uma carta e enterrar para ser desenterrada daqui a dez anos, como acontece no filme.
Caio Blat: Sim, a gente fez esse ritual.

UOL Cinema: Ela disse que na carta dela escreveu que gostaria de ser amante de três mulheres e que acha que você ficaria surpreso com essa afirmação. O que achou?
Caio Blat: Risos. Eu acho excelente, estou torcendo para que ela realize, que daqui a dez anos ela tenha realizado tudo que ela plantou ali.

UOL Cinema: E você, o que escreveu na sua carta?
Caio Blat: Eu não lembro muito na verdade. Foram coisas que a gente colocou ali de imediato, mas acho que não deve ter sido nada muito diferente, não. Eu acho que eu só espero estar com a vida parecida com a que eu tenho hoje, porque sou bem feliz tanto com a Maria, quanto com a minha profissão, e só espero que possa continuar estando perto das pessoas que eu amo e fazendo o que eu amo.

UOL Cinema: Você também pretende dirigir um filme?
Caio Blat: Estou preparando para dirigir meu filme também, estou com roteiro pronto. A gente ganhou edital da RioFilme, escrevemos o roteiro eu e o Hilton Lacerda [diretor de "Tatuagem"], baseado no romance Juliano Pavollini, do Cristovão Tezza. A Cássia Kiss é a minha protagonista, e a gente está com um roteiro incrível, pronto, e estamos captando para filmar no ano que vem, se tudo der certo.

UOL Cinema: Sobre o que é a história?
Caio Blat: O romance conta a história de um garoto dos 16 aos 18 anos. Ele foge da roça para a cidade grande, isso nos anos 50, e na cidade grande ele é adotado por uma mulher elegante. E essa mulher é dona do maior bordel da cidade e ele vai crescer morando no sótão do bordel, entre prostitutas, políticos, policiais e marginais.

UOL Cinema: E onde se passa a história?
Caio Blat: A história se passa em Curitiba, e pretendemos filmar uma parte lá e outra no Rio de Janeiro, no interior. A trilha vai ser toda feita com boleros e samba-canções dos anos 30 e 40 cantados pelo Criolo.

UOL Cinema: A Maria também vai participar desse projeto?
Caio Blat: Sim, como atriz. Tem também o Julio Andrade, o André Frateschi e o Luís Melo.