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Campanella conta história de união em animação 3D de visual empolgante

Gabriel Mestieri

Do UOL, em São Paulo

28/11/2013 18h01

Estreando na direção de uma animação, o diretor argentino Juan José Campanella, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010 por "O Segredo dos Seus Olhos", escolheu o futebol como pano de fundo para uma história de união e superação com um belo visual.

Em "Um Time Show de Bola", que estreia nesta sexta-feira (29) nos cinemas brasileiros com mais de 500 cópias dubladas, o garoto Amadeo é apaixonado por pebolim (ou totó, como o jogo também é conhecido em algumas cidades do Brasil).

Ele passa grande parte do seu dia num café onde há uma mesa do jogo e torna-se imbatível na brincadeira. Até que ele derrota Colosso, um garoto orgulhoso e que não gosta de perder.

Vingativo, Colosso espera vários anos até voltar à pequena cidade, agora como jogador de futebol profissional, para construir um grande estádio, além de destruir o café onde ficava o pebolim, jogando mesa e bonequinhos no lixão.

Para barrar Colosso e retomar a cidade do domínio do vilão arrogante e exibicionista, Amadeo conta com as ajudas dos bonecos desprezados, que ganham vida.

Com belos gráficos de animação em 3D, os bonecos de pebolim têm rostos ligeiramente achatados, enquanto os humanos são mais arredondados.

Embora o número de personagens seja grande --além de Amadeo, Colosso e os vários bonecos, há também o par romântico do protagonista, o excêntrico ajudante do vilão, e outros moradores da cidade--, cada um deles têm particularidades que os tornam interessantes. O boneco Loco, por exemplo, tem longos cabelos cacheados e está sempre filosofando --muitas vezes sem qualquer sentido.

Campanella ainda encontrou espaço para fazer referências a filmes de cineastas como Ingmar Bergman e Stanley Kubrick. Na homenagem ao britânico, logo no início do filme, o descobrimento da bola de futebol faz referência à descoberta da capacidade de macacos de manusear ferramentas, cena clássica de "2001 - Uma Odisseia no Espaço".

Num filme em que a união dos bonecos de pebolim, antes feita por uma barra de metal, é substituída pela amizade e pela necessidade de se colocar contra a opressão de Colosso, nada mais natural que o desfecho ocorra numa partida de futebol, em que os mais fracos têm como trunfo apenas os companheiros de equipe.

E é nessa partida que os efeitos visuais ficam ainda mais empolgantes, em que estádio, campo, jogadores e, principalmente, uma irrequieta bola são retratados nos mínimos detalhes.