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Réplicas da exposição de Kubrick são leiloadas por até R$ 670 no MIS

Leonardo Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

19/01/2014 21h10Atualizada em 20/01/2014 11h31

O “bota-fora” que leiloou réplicas de cenografia utilizadas na exposição do cineasta Stanley Kubrick, na tarde deste domingo (19), no Museu da Imagem e do Som (MIS), teve itens arrematados por até R$ 670. O lance mais alto foi para o lustre do longa “Barry Lyndon” (1975), seguido por um dos candelabros de chão do mesmo filme, R$ 400, e uma máscara veneziana idêntica à utilizada em “De Olhos Bem Fechados” (1999), R$ 500.

Realizado no auditório do MIS, o leilão reuniu mais de cem cinéfilos, que tentaram levar para casa --e por um bom preço-- ao menos uma das 12 peças exclusivas da mostra que, de outubro a janeiro, recebeu mais de 80 mil visitantes, com filas de espera de até seis horas. Com a venda dos objetos, o museu arrecadou cerca de R$ 8 mil reais.

“Acho que ficou barato. Você vai nas lojas da Consolação e encontra qualquer lustre, muito parecido, mais caro”, afirma o engenheiro Maurício Miranda, 52, que pretende colocar o suntuoso lustre de “Barry Lyndon”, de 1,25 metro de altura, no alto da sala de sua casa.

A mulher dele, a secretária Sidnéa Dias, 50, também ficou com uma lembrança, uma das máscaras de “De Olhos Bem Fechados” (R$ 430), único item do leilão que precisou ser importado pelo museu.

“Fiquei muito feliz. As minhas pretensões eram ter uma das máscaras, algo da parte de lustres e castiçais de 'Barry Lyndon' e o sofá de ‘Lolita’”, diz Sidnéa, que acomodará o objeto no corredor de sua casa, devidamente protegido por uma redoma de vidro.

Quem também ficou com máscaras, duas delas, foi o bancário Wallace Dutra, 30, por R$ 500 e R$ 450. Ele dará a segunda de presente a um amigo artista plástico de Belo Horizonte. Para faturar um dos itens mais concorridos do leilão, ele teve de fazer pelo menos cinco lances em cada um.

“Fiquei muito agitado, mas no fim deu tudo certo. E as duas máscaras ficaram dentro da faixa de preço que eu estava disposto a pagar”, diz.

Entre os lotes ofertados pelo MIS, também estavam um pôster, um par de óculos cenográficos em formato de coração e um sofá, todos de “Lolita”, dois beliches de “Nascido para Matar”, kits de luzes de neon de “Laranja Mecânica”, a porta do quarto 237 do hotel de “O Iuminado”, além de uma réplica do monólito de “2001 - Uma Odisseia no Espaço” e de uma luminária do filme "Dr. Fantástico".

Ouvidos pelo UOL antes do leilão, o analista financeiro Fernando Massuyana, 23, e o industrial Raul Cleto, 49, conseguiram ficar com seus sonhos de consumo. Respectivamente, o sofá (R$380) e o par de óculos cenográficos (R$ 500), que Cleto dará de presente à filha, estudante de cinema.

“Eu sou fã mesmo é do “Iluminado’, mas só leiloaram a porta, não a máquina de escrever ou o machado. E o que eu vou fazer com uma porta?”, brinca.

"Bota-fora"

A ideia de dar um "bom fim" à cenografia da mostra foi de André Sturm, diretor-executivo do MIS (Museu da Imagem e do Som) e curador nacional da exposição. “Dividimos em 25 lotes. E os lances ficaram mais ou menos dentro do que a gente esperava. Cumpriu nosso objetivo, que não era arrecadar, mas dar a oportunidade para que as pessoas ficassem com as lembranças”, avalia.

“O mais alto foi o do lustre, peça que a gente já imaginava que teria a maior disputa. Algumas saíram por valores bem mais altos do que pensávamos, enquanto outras por valores nem tão altos assim. Achávamos, por exemplo, que o pufe teria uma disputa enorme, mas acabou não sendo tão grande." Segundo Sturm, a peça cor-de-rosa custou cerca de R$ 2 mil reais ao MIS.

Os cinéflilos vencedores têm até terça-feira (21) para retirar os itens de memorabilia do cineasta americano, morto em 1999.