Gary Oldman diz ser a favor do uso de drones, tema do "Robocop" de Padilha

Uma das questões centrais na nova versão de "Robocop" feita pelo brasileiro José Padilha é a discussão sobre a legitimidade do uso de drones --veículos aéreos não tripulados-- para travar guerras e combater o crime à distância, mas ao menos um integrante do elenco se mostra a favor deste tipo de tecnologia.

"Prefiro que seja assim a colocar homens e mulheres em perigo. Não vejo nenhuma diferença entre alguém mandar um drone e controlá-lo como a um Playstation a milhares de quilômetros e um piloto jogando uma bomba a milhares de metros de altitude. De qualquer maneira, existe uma alienação", diz o ator Gary Oldman em entrevista em vídeo ao UOL (assista acima). Ele interpreta o Dr. Dennett Norton, cientista responsável pela criação do Robocop.

Já o protagonista do filme, Joel Kinnaman, se mostra mais cético. "Acho que é um dilema muito grande. Acredito que é algo que vai se tornar mais e mais relevante e que teremos que começar a tomar decisões sobre isso. É nessa direção que queremos seguir? E que consequências há para a sociedade se formos cada vez mais nessa direção? Este filme mostra um futuro em que isso já aconteceu. Acho que depois que as pessoas virem o filme, vão pensar mais nisso", diz.

Considerado pela crítica um filme mais político do que o original de 1987, "Robocop" também é visto dessa maneira pela atriz Abbie Cornish, que interpreta a mulher de Alex Murphy, o policial transformado em máquina.

"O lado humano da história, do qual tive sorte de participar, a mulher e o filho, está muito mais integrado, o que é ótimo, porque cria a dicotomia de homem versus máquina, se existe alma ali. E acho que o elemento sócio-político talvez tenha sido mais explorado, porque é assim que José [Padilha] trabalha", afirma.

"Robocop" estreia nesta sexta (21) e Padilha recebeu os atores Joel Kinnaman e Michael Keaton para divulgar o filme no Rio de Janeiro esta semana.

Assista à entrevista completa no topo da página.