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Mestre da fotografia de "Poderoso Chefão", Gordon Willis morre aos 82 anos

Gordon Willis (à dir) com Francis Ford Coppola durante as filmagens de "O Poderoso Chefão - Parte 3" - Divulgação
Gordon Willis (à dir) com Francis Ford Coppola durante as filmagens de "O Poderoso Chefão - Parte 3" Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

19/05/2014 10h17

O diretor de fotografia de clássicos filmes norte-americanos, Gordon Willis morreu aos 82 anos no fim de semana, segundo os jornais “El País”, o site “Indiewire” e a agência de notícias EFE. Ainda não há informações sobre a causa da morte.

Diretor meticuloso e obsessivo, o nova-iorquino de Queens ficou conhecido como “príncipe das trevas” por seu trabalho de contraste entre luzes e sombras, até chegar ao ponto de não se distinguir com clareza o rosto dos personagens.

Seus trabalhos mais marcantes estão na trilogia “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola; “Manhattan”, “Noivo Nervoso, Noiva Neurótica”, “Zelig” e “A Rosa Púrpura do Cairo”, de Woody Allen; e “Todos os Homens do Presidente” e “Klute”, de Allan J. Pakula – filmes que marcaram época e a memória visual de cinéfilos.

Filho de um maquiador da Warner Bros, Willis trouxe sua experiência e de seu pai na hora de pensar na luz de “O Poderoso Chefão”, principalmente nas cenas de Marlon Brando. Até então com 48 anos, o ator convenceu com a maquiagem e a luz de Willis se passar por um homem muito mais velho.

Sete dos filmes nos quais trabalhou no período entre 1971 e 1977 acumularam 39 indicações ao Oscar e ganharam 19 estatuetas. Ele foi indicado duas vezes ao Oscar. Em 2010, recebeu uma estatueta honorária, pelo conjunto da obra.

"É uma perda monumental. Foi um dos gigantes que mudou totalmente a imagem dos filmes. Nada que foi rodado antes de 'O poderoso chefão' e o 'O poderoso chefão 2' tinha esse aspecto", ressaltou o presidente da Sociedade Americana de Cinematografia (ASC), Richard Crudo.

"Fazer uma fotografia bonita é fácil, é o mais fácil do mundo. Mas uma fotografia que completa uma imagem, de cima a abaixo, em coerência com o conteúdo, isso é o mais bonito. Não se trata de pôr a fotografia na frente da história, mas que faça parte dela", disse Willis sobre a arte da fotografia no cinema.