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Robert Pattinson se destaca em filme violento com clima de "Mad Max"

Thiago Stivaletti

Do UOL, em Cannes

20/05/2014 12h13

Pouco a pouco, Robert Pattinson está provando que tem futuro depois do fim da saga “Crepúsculo” – talvez mais do que sua ex-namorada Kristen Stewart. Além de um papel pequeno no novo Cronenberg, “Maps to the Stars”, ele foi a Cannes apresentar “The Rover”, filme ultraviolento ambientado nas paisagens desérticas da Austrália e talvez o melhor do gênero vindo daquele país desde “Mad Max”.

“The Rover” se passa num futuro apocalíptico, cerca de dez anos depois do colapso do sistema econômico mundial. Um viajante, Eric (Guy Pearce), tem o carro roubado por uma gangue de bandidos selvagens. Por um motivo que só vai se descobrir ao final do longa, ele arrisca a vida e faz de tudo para recuperar o carro –e conta com a ajuda de Rey (Pattinson), um rapaz com dificuldade na fala. O irmão de Rey, um dos bandidos da gangue, o abandonou no momento do assalto, e ele se junta a Eric para reencontrar o irmão e acertar as contas pelo abandono.

Além do sotaque australiano que não deixa nada a dever ao de Pearce (que foi criado na Austrália), Pattinson se sai muito bem na composição de um tipo cheio de problemas, que luta para aprender a se tornar violento contra a sua própria natureza.

Trailer do filme "The Rover"

“Esse filme apareceu do nada, e eu pensei que jamais ganharia esse papel, mas sentia que esse personagem se parecia comigo. Me aproximei desse personagem como as mulheres espancadas que apanham, mas depois perdoam tudo e voltam para os maridos. Rey é como um cachorro que toma um chute e volta para pedir carinho”, diz Pattinson.

“Eu me identifiquei com essa necessidade quase irracional de aprovação. É um pouco o reflexo de meu complexo de ator, ou de todos os atores. Somos obrigados a ter um grande ego pra fazer o que fazemos, mas temos ao mesmo tempo essa outra parte de nós que é pura insegurança”, completou.

“The Rover” é dirigido pelo australiano David Michod, o mesmo do aclamado “Reino Animal” (2010), lançado diretamente em DVD no Brasil, que rendeu à veterana Jacki Weaver uma indicação ao Oscar de atriz coadjuvante.