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Ben Stiller: "Robin Williams representava o que é ser engraçado"

Do UOL, em São Paulo

12/08/2014 09h23

Amigo e parceiro de cena de Robin Williams na trilogia “Uma Noite no Museu”, Ben Stiller deu um depoimento sobre a longa amizade que desenvolveu com Williams, afirmando que o ator, encontrado morto nesta segunda-feira (11), aos 63 anos, representava o que é ser engraçado.

"Eu nunca deixei de ser um fã, e eu acho que a maioria das pessoas da minha idade tem o mesmo sentimento - que ele e Steve Martin e Bill Murray representam o que é ser engraçado".

Ao contrário do que pensam, eles não se conheceram nas gravações da primeira parte da aventura, mas sim, em um clube de comédia, quando Stiller, ainda muito jovem, subiu ao palco sozinho.

"Eu conheci Robin quando eu tinha 13 anos na [casa de stand-up] Improv. Eu estava lá com meus pais e o lugar estava lotado, quando eu ouvi uma voz atrás de mim dizendo: ‘Fique perto de sua mãe que você estará seguro! Fique perto de sua mãe você estará seguro!’”, escreveu Stiller para a edição norte-americana da revista “Rolling Stones”.

"Eu me virei e era Robin. Para um jovem de 13 anos, que era um grande fã de “Mork & Mindy” [seriado que alavancou a fama de Williams] era mais ou menos como o fim do mundo. Eu nunca esqueci”.

O último trabalho de Stiller com Williams, “Uma Noite no Museu 3”, chegará aos cinemas em dezembro. "Sempre tive essa voz dentro de mim dizendo: 'Você está atuando com Robin Williams! Esta é a coisa mais legal do mundo’", continua.

Além da capacidade de fazer as pessoas rirem, Stiller escreve que ele vai sempre lembrar de seu coração, que, como o próprio homem, era maior que a vida.

"Sua bondade e generosidade, é o que eu penso. Como ele era gentil com quem se conectava com ele. E ele não podia deixar de ser engraçado o tempo todo. Ele fez muitas e muitas equipes de filmagem rir em voz alta antes de o público ver isso. Ele teve um impacto tão grande sobre o mundo. Portanto, é o homem e o seu talento, e acho que no caso dele, ambos eram extraordinários."

Robin Williams com dublês nas filmagens de "Uma Noite no Museu" - Reprodução/Instagram/therobinwilliams - Reprodução/Instagram/therobinwilliams
Robin Williams com dublês nas filmagens de "Uma Noite no Museu"
Imagem: Reprodução/Instagram/therobinwilliams
Morte aos 63 anos
O corpo de Robins Williams foi encontrado em sua casa, em Tiburon, na Califórnia, sem sinais vitais. A suspeita das autoridades é que a morte tenha sido causada por asfixia.  Exames toxicológicos devem ser realizados nesta terça-feira.
 
"Nesta manhã eu perdi meu marido e meu melhor amigo", disse a mulher do ator, Susan Schneider, à imprensa norte-americana. "Em nome da família do Robin, peço que respeitem nossa privacidade nesse momento e que lembrem dele não por sua morte, mas pelos momentos de alegria e risada que ele proporcionou a todos ao longo de sua carreira", completou. A porta-voz da família, Mara Buxbaum, disse que Williams estava "enfrentando uma forte depressão nos últimos tempos".
 
A polícia de Tiburon recebeu às 11h55 (horário local) desta segunda-feira uma chamada de emergência sobre o caso de "um homem encontrado inconsciente e sem sinais de respiração em sua casa", segundo comunicado divulgado pela imprensa dos Estados Unidos. Ao chegar ao local, às 12h02, os oficiais identificaram o corpo do ator.
 
Informações preliminares da investigação indicam que o ator foi visto vivo pela última vez por volta das 22h de domingo, na residência onde vivia com a mulher. 
 
Vencedor do Oscar de ator coadjuvante por "Gênio Indomável" (1997), Robin Williams se internou no mês passado em uma clínica de reabilitação. Ele estava em um setor da Hazelden Addiction Treatment Center, em Minnesota, que possui um programa focado em manter a sobriedade por longo prazo --Williams lutava contra o vício de cocaína e álcool havia décadas. Em 2006, ele já havia ingressado voluntariamente em uma clínica para tratar o alcoolismo, depois de uma recaída após 20 anos de sobriedade.
 
 
 
Ben St