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Fontes afirmam que série cancelada intensificou depressão de Robin Williams

Robin Williams contracena com Zach Cropper no episódio piloto de "The Crazy Ones" - Cliff Lipson/Divulgação
Robin Williams contracena com Zach Cropper no episódio piloto de "The Crazy Ones" Imagem: Cliff Lipson/Divulgação

Do UOL, em São Paulo

16/08/2014 09h29

O ator Robin Williams, morto na segunda-feira (1), estaria “devastado” com o cancelamento de sua série de TV, “The Crazy Ones”, que foi ao ar na CBS entre setembro de 2013 a abril de 2014. Segundo fontes ouvidas pelo site “TMZ”, o fato de o programa ter saído do ar fez com que o ator caísse em uma profunda depressão, que o levaria ao suicídio.

Segundo o “TMZ”, Williams viu o cancelamento, após apenas uma temporada no ar, como um “fracasso pessoal”. Este teria sido o motivo principal que o levou a se internar no Centro de Tratamento de Dependência Hazelden, no mês passado – não por abuso de substâncias, mas por conta da depressão.

Antes da estreia de “The Crazy Ones”, o ator teria ressaltado o fato de que o rosto dele estava nos outodoors em toda a cidade. “Está tudo em minhas costas”, teria dito.

Para piorar a situação, as fontes afirmam que Robin estava cada vez mais deprimido pelo fato de estar ficando velho e sem receber convites para bons papéis. Ele estaria disposto, inclusive, a falar com Robert De Niro sobre o difícil momento.

As mesmas fontes, de acordo com o “TMZ”, dizem que a doença de Parkinson, citada pela mulher do ator após sua morte, não era um fator importante. Robin sabia da doença há cinco meses e estava avisado que, com a ajuda de medicamentos, não desenvolveria os sintomas antes de 6 ou 7 anos.

Encontro do corpo

O corpo de Robins Williams foi encontrado em sua casa, em Tiburon, na Califórnia, sem sinais vitais, nesta segunda (11). "Nesta manhã eu perdi meu marido e meu melhor amigo", disse a mulher do ator, Susan Schneider, à imprensa norte-americana. "Em nome da família do Robin, peço que respeitem nossa privacidade nesse momento e que lembrem dele não por sua morte, mas pelos momentos de alegria e risada que ele proporcionou a todos ao longo de sua carreira", completou. A porta-voz da família, Mara Buxbaum, disse que Williams estava "enfrentando uma forte depressão nos últimos tempos".

A polícia de Tiburon recebeu às 11h55 (horário local) uma chamada de emergência sobre o caso de "um homem encontrado inconsciente e sem sinais de respiração em sua casa", segundo comunicado divulgado pela imprensa dos Estados Unidos. Ao chegar ao local, às 12h02, os oficiais identificaram o corpo do ator.

Informações preliminares da investigação indicam que o ator foi visto vivo pela última vez por volta das 22h de domingo, na residência onde vivia com a mulher.

Vencedor do Oscar de ator coadjuvante por "Gênio Indomável" (1997), Robin Williams se internou no mês passado em uma clínica de reabilitação. Ele estava em um setor da Hazelden Addiction Treatment Center, em Minnesota, que possui um programa focado em manter a sobriedade por longo prazo --Williams lutava contra o vício de cocaína e álcool havia décadas. Em 2006, ele já havia ingressado voluntariamente em uma clínica para tratar o alcoolismo, depois de uma recaída após 20 anos de sobriedade.


O comediante e ator Steve Martin comentou a morte do amigo Robin Williams no Twitter nesta segunda (11). "Eu não poderia estar mais atordoado. Grande talento, parceiro de atuações e alma genuína", escreveu.

Quem ainda comentou a morte foi o presidente norte-americano Barack Obama, por meio de comunicado. “Robin Williams era um aviador, um médio, um gênio, uma babá, um presidente, um professor, um Peter Pan, e tudo no meio. Mas ele era um tipo único. Ele chegou às nossas vidas como um alien – mas acabou tocando todos os aspectos do espírito humano. Ele nos fez rir. Ele nos fez chorar. Ele deu seu talento imensurável gratuitamente e generosamente para aqueles que mais precisavam – de nossas tropas no exterior a marginais nas nossas ruas. Nossas condolências, da família Obama, a sua família, amigos e todos que encontraram sua voz graças a Robin Williams."

"Robin era uma tempestade de genialidade cômica e nossa risada era o trovão que o sustentava. Ele era um amigo e não acredito que ele se foi", disse o cineasta Steven Spielberg. "Nós perdemos uma das mentes mais inspiradas e dotadas da comédia, além de um dos maiores atores dessa geração. Suas performances eram diferentes de tudo que já vimos, elas vinham de lugares espirituais e sobrenaturais", comentou o diretor de "Uma Babá Quase Perfeita" (1993), Chris Columbus. "Ele merecia verdadeiramente o título de 'gênio'. Fomos amigos por 21 anos. Nossos filhos cresceram juntos. Ele nos inspirou a ir morar em San Francisco. Eu o amava como um irmão. O mundo era um lugar melhor com Robin nele. E seu legado lindo viverá para sempre."

Além de Steve, Obama, Spielberg e Columbus, outras celebridades - comediantes, músicos, atores, jogadores de futebol, entre outros - lamentaram o ocorrido. Veja a repercussão no Twitter.

* com informações da ANSA