Liz Vamp vê "A História Nunca Contada": "É um filme de Drácula sem sangue"
Personagem central do romance gótico escrito por Bram Stoker no final do século 19, o vampiro Drácula foi retratado em diversos filmes ao longo dos anos e conquistou inúmeros fãs ao redor do mundo. Imortalizado por atores como Bela Lugosi (em “Drácula”, de 1931), Christopher Lee (“O Vampiro da Noite”, de 1958) e Gary Oldman (“Drácula de Bram Stoker”, de 1992), o “príncipe das trevas” está agora em cartaz com um filme que se propõe a contar sua origem: “Drácula – A História Nunca Contada”, de Gary Shore, com Luke Evans no papel principal.
Apesar de a crítica ter torcido o nariz para o longa, que tem muito mais ação e aventura do que terror, até esta sexta (31), ele era líder de bilheteria no Brasil. Mas, para quem é fã dos filmes do Drácula e de vampiros em geral, será que vale a pena pagar o preço do ingresso? Para a cineasta e atriz Liz Marins, que é criadora da personagem Liz Vamp e do Dia do Vampiro --comemorado em 13 de agosto--, além de filha do cineasta José Mojica Marins, mestre do terror brasileiro que criou e interpreta o personagem Zé do Caixão, vale a pena, sim. Desde que o espectador seja fã de ação e aventura.
A convite do UOL, a especialista em filmes de vampiro foi ao cinema ver “Drácula: A História Nunca Contada” para dizer o que achou do filme. “Como aventura e ação, se você desconectar do Drácula do Bram Stoker, acho que está bem legal. Você não sente vontade de dormir ou de sair da sala”, avalia Liz, que também faz elogios à fotografia, à trilha sonora e à maquiagem, apesar de apontar algumas falhas no roteiro e lembrar alguns momentos de “humor involuntário”, que chegaram a arrancar risos da plateia --como em uma sequência em que Drácula enfrenta um exército inteiro sozinho.
Liz também elogia a interpretação de Luke Evans, que, segundo ela, daria um bom Drácula em um filme mais tradicional do vampirão. “Esse filme fala mais do Vlad Tepes. Não do Drácula que a gente conhece”, afirma, citando o nome do príncipe romeno do século 15 que deu origem à lenda de Drácula e ficou conhecido como Vlad o Empalador, por tratar os inimigos com extrema crueldade, empalando-os após vencê-los em batalhas.
Esses massacres de Tepes até são mostrados no filme, porém, de uma forma rápida que não choca. “No filme, ele mata geral, mas não se vê cabeças rolando”, resume Liz, para quem os realizadores do longa “se preocuparam muito em explicar por que o Vlad agia de uma certa maneira e procuraram desculpar as atrocidades que ele cometeu com um objetivo: transformá-lo em herói”.
Para público pré-adolescente
Na opinião da artista, por ser um filme do Drácula, faltaram sangue e sustos . “Fizeram um filme para um público pré-adolescente. Dá para levar tranquilo as criancinhas para ver. Não tem sangue, não tem sexo e não tem susto. Mesmo assim, ele poderia ter mais ingredientes [de filme de terror]. Poderia ter causado vários sustos. Não tem hora que você se assusta nesse filme”, diz ela, lembrando o Mestre Vampiro, que, no longa, transforma Drácula em um ser da noite. “Poderiam ter usado essa criatura pra assustar em determinados momentos. Na minha opinião, isso foi uma falha. Não comprometeria o que eles queriam fazer com o filme.”
Questionada se o longa, pelo menos, é melhor que os da saga “Crepúsculo”, franquia de enorme sucesso entre adolescentes que também trata da temática dos vampiros, Liz diz ser impossível fazer uma comparação. “O ‘Crepúsculo’ tem outra pegada, totalmente diferente. É romance pré-adolescente. Este já é aventura e ação. Lembra ‘Harry Potter’, ‘Indiana Jones’”, diz. “Pelo menos nesse os vampiros não brilham ”, acrescenta, rindo.
Liz conclui dizendo sentir falta dos filmes que retratam “o mito do vampiro”. “Os filmes que me fizeram curtir Drácula tinham elementos que não vi nesse. Tensão nervosa, mistério, sedução, o suspense antes do ataque às vítimas. Esse é um filme de Drácula sem sangue. A pessoa vai ver e não sente nenhum friozinho na barriga.”
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