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Ingrid estreia nova comédia e recusa comparação: "Não sou o Hassum de saia"

Mariane Zendron

Do UOL, em São Paulo

08/01/2015 07h00

Ingrid Guimarães é, não à toa, constantemente comparada a outro comediante de sua geração, Leandro Hassum. Os dois globais, que já passaram pelo "Zorra Total", estão à frente de duas das franquias de maior sucesso do cinema nacional. Ela em "De Pernas pro Ar" e ele em "Até que a Sorte nos Separe". Dirigidas por Roberto Santucci, as duas séries venderam juntas mais de 15,5 milhões de ingressos.

Pronta para lançar mais uma comédia de Santucci, "Loucas pra Casar", que estreia nesta quinta (8), Ingrid diz que as semelhanças com Hassum param por aí. "Fico feliz de ser a mulher representante desse grupo que tem Paulo Gustavo e o Hassum. Sou apaixonada pelo Hassum, mas acho que nosso humor é muito diferente. Ele tem um humor físico. É o nosso Jim Carrey. Meu humor é de identificação. Eu não sou o Hassum de saia."

Ao lado de Tatá Werneck e Suzana Pires, ela aposta mais uma vez na identificação com o público ao viver uma mulher que descobre que não é a única na vida de seu grande amor, interpretado por Márcio Garcia.

A expectativa de repetir o sucesso de filmes anteriores é grande, mas Ingrid diz que não é nada fácil, ainda mais por ser mulher. "Para fazer comédia há uma série de coisas que você precisa fazer e, sendo mulher, ainda mais. Além de contar a história, você tem que ser romântica e não pode ser desbocada por conta da censura. Ainda mais eu, que faço mulheres de família."

Dificuldade de diversificar

Aos 42 anos e mais de 20 de carreira, ela diz que não quer abandonar o que conquistou com as comédias, até porque não é fácil vender tantos ingressos numa época em que há outras opções atraentes. "É muito mérito ser uma atriz popular no cinema. Com internet, Netflix e um monte de filmes americanos, é uma coisa incrível quando o cara sai de casa para ver seu filme."

O sucesso, ela garante, faz com que os convites para outras comédias não parem, mas a atriz admite querer novos desafios. "Acaba sendo mais difícil fazer outro tipo de filme, mas eu estou procurando desafios nesse momento da vida. Meu sonho é fazer o que as atrizes 'gringas' fazem: dois filmes mais autorais para um blockbuster."

Em 2014, a comediante rodou outros dois longas, "Tudo Bem Quando Termina Bem", de José Eduardo Belmonte, e "Um Homem Só", de Cláudia Jouvin, ambos com previsão de estreia para abril deste ano. "São dois filmes completamente diferentes, mas é mais difícil lançar longas assim. Você acaba sendo muito reconhecida pela comédia."

Ainda assim, a ambição de Ingrid não para na vontade de diversificar os gêneros cinematográficos: ela quer levar o público fiel para ver esses outros projetos. "Queria que as pessoas se abrissem para outro tipo de filme e acho que só uma atriz popular pode fazer isso, porque o público segue o ator popular", diz a atriz.

"A comédia deveria ser respeitada nesse sentido, para abrir o canal para que o jovem vá em massa ver um filme brasileiro". Segundo ela, os jovens podem crescer gostando de cinema brasileiro graças a essas comédias. "Apesar de a crítica já não gostar antes mesmo do filme estrear".

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