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Com ação surreal, "Velozes e Furiosos 7" parece "Vingadores" sobre rodas

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em Los Angeles

01/04/2015 07h00

Em uma busca desenfreada pelas mais absurdas cenas de ação em seus últimos capítulos, a franquia “Velozes e Furiosos”, estrelada por Vin Diesel e Paul Walker, atinge seu ponto mais alto com o sétimo filme. Sempre prontos para realizar manobras, saltos e golpes incríveis, os protagonistas do longa são tão super-heróis como os da Marvel em “Os Vingadores”, mas com carros em vez de martelos mágicos ou armaduras.

Depois de finalizarem a transição de criminosos a heróis contada nos longas anteriores, Dominic Toretto (Vin Diesel), Brian O’Conner (Paul Walker) e companhia são mais uma vez tragados por um perigoso conflito quando um de seus colegas é assassinado. Em busca de vingança e paz, eles caçam o habilidoso ex-agente secreto Deckard Shaw (Jason Statham), que tem motivações parecidas.

Digno de seu título, “Velozes e Furiosos 7” passa de uma cena absurda para outra com agilidade elogiável. Momentos de calmaria são raros e curtos, servindo apenas para direcionar os personagens rumo a seus próximos destinos com breves explicações.

Conhecido por seus filmes de horror, o diretor James Wan se mostra confortável em um novo gênero, costurando o longa como uma verdadeira galeria de sequências de velocidade e lutas que ficam progressivamente mais complexas e surreais. Comparada com o desproporcional confronto final, a cena em que Dom e amigos caem de um avião com seus carros parece mera brincadeira.

Clima de homenagem

Mesmo apostando todas as fichas que são comuns ao gênero, “Velozes e Furiosos 7” se transforma em uma experiência única por ser o último filme de Paul Walker, que morreu em novembro de 2013 durante um acidente automobilístico.

Ao longo de toda a sua duração, o filme traça em paralelo à briga entre mocinhos e vilões o caminho rumo à despedida do personagem Brian O’Conner. Dividido entre sua família e o vício por adrenalina, ele participa de várias cenas emocionantes com os membros da ‘família Toretto’. O clima de homenagem é evidente e fica escancarado durante as sequências finais  –que certamente farão muitos fãs abrirem as torneiras.

“Velozes e Furiosos 7” não abre mão da velocidade e da fúria tradicionais da série, e, por conta de infelizes condições externas, adiciona o elemento emoção à mistura. O filme deixa claro que a franquia ainda não acabou, mas dificilmente um capítulo futuro conseguirá ser tão memorável quanto esse. E talvez seja melhor assim.