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Nostalgia "spielberguiana" e marketing explicam sucesso de "Jurassic World"

Do UOL, em São Paulo

16/06/2015 10h32

A crise criativa em Hollywood vem sendo observada por especialistas há alguns anos. Com tantos reboots, sequências, prequelas e adaptações de romances, as bilheterias de 2014 mergulharam para os níveis 2009.

Se a esperança era de que os estúdios finalmente acordassem para a ideia de que os espectadores não querem ver intermináveis Robocops, Sin Citys e Jack Ryans, "Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros" veio para fazer todos refletirem.

Quarto da franquia que começou em 1993, fez a melhor estreia da história ao arrecadar mais de US$ 500 milhões em um único fim de semana.

Nostalgia Spielberguiana

De acordo com o jornal britânico "The Guardian", a Universal foi tão bem no marketing que, antes mesmo da estreia, já havia uma sensação de que a produção receberia boas críticas. Parece que o filme deu direito a um passeio livre: as falhas estão lá para todos verem, mas críticos se viram ao lado de cinéfilos em um turbilhão de nostalgia de Spielberg.

Reforço no mercado internacional

Há dois anos, a NBCUniversal fez alterações nos cargos do alto escalão da empresa. Como parte das mudanças, o estúdio incrementou os esforços para aproveitar o mercado em expansão na China e em outros países. Com isso, "Jurassic World" acumulou quase US$ 100 milhões em vendas de ingressos em seus primeiros cinco dias na China.

Filme para se ver em grupo

As pessoas estão dispostas a irem ao cinema já que "este é um filme que precisa ser visto em grupo", disse Greg Foster, presidente-executivo da Imax Entertainment. "Não é o tipo de coisa que você quer ver em um iPhone, em um iPad ou sozinho. Você quer ver na tela grande, gigante". Isso fez com que o público também estivesse disposto a ver o filme em 3D, que representa boa parte da equação do sucesso até agora.

Casal gato e rato

Além de trazer um mocinho mais jovem e mais sexy (Chris Pratt) que o Jurassic original, Spielberg também pediu atenção especial aos diálogos entre Claire (Bryce Dallas Howard) e Owen , que mantêm uma relação de gata e rato fundamentais para o tom jocoso do roteiro. "Eu e Chris temos muitos amigos em comum, mas não nos conhecíamos. E não sou daquelas atrizes que acreditam em criar 'química' em cena. Ou você a tem ou não. Mas ele é querido, delicado, engraçado, o parceiro de filme perfeito. Você entende muito rapidamente o motivo pelo qual ele se tornou uma estrela desta grandeza", diz a atriz.

Dinos impecáveis

Foi um pedido de Steven Spielberg: não cair, em "Jurassic World", na armadilha dos dinossauros caricaturados. "Steven foi muito claro: 'a única coisa que nós não faremos é transformar a franquia em algo como os filmes-desastre dos anos 70. Eles terão de ser inovadores, artisticamente irretocáveis'", contou ao UOL o produtor Patrick Crowley.