Topo

Ana Paula Arósio diz que novo filme resgatou seu "carinho" pela atuação

Gabriela Godoi

Colaboração para o UOL, no Rio

11/10/2015 16h52

"A Floresta que se move" foi exibido pela primeira vez no Festival do Rio, neste domingo (11), mas quem roubou a cena foi Ana Paula Arósio. O filme de Vinicius Coimbra marca a volta da atriz depois de um longo período reclusa no interior de São Paulo e na Inglaterra.

Sobre os motivos que a levaram a aceitar o convite, ela diz que o mérito foi do próprio filme. "Tinha um personagem incrível e tinha o Vinicius Coimbra à frente. Vi o filme anterior dele ("A Hora e a Vez de Augusto Matraga") e gostei do trabalho. Não tinha como dizer não. A energia foi importante como atriz e pessoa. Este trabalho resgatou o meu carinho pela profissão", declarou.

Na trama, inspirada na peça "Macbeth", de Shakespeare, ela é Clara, casada com Elias (Gabriel Braga Nunes), executivo bem-sucedido que trabalha em um dos maiores bancos privados do Brasil. Ele teve todas as oportunidades de sua vida profissional dadas por Heitor (Nelson Xavier), presidente do banco.

Na volta de uma viagem de negócios, chegando ao banco, Elias se depara com uma bordadeira misteriosa (Juliana Carneiro da Cunha), que lhe cumprimenta pelo nome e diz que ele se tornará vice-presidente ainda naquele dia e presidente do banco no dia seguinte. Muito impressionado, Elias conta a história a Clara, sua linda e poderosa esposa. Clara, instigada pelas previsões, sugere que seu marido convide Heitor para jantar em casa naquela noite.

11.out.2015 - Gabriel Braga Nunes, Ana Paula Arósio, o diretor Vinícius Coimbra e Nelson Xavier na exibição de "A Floresta que se Move" no Festival do Rio - GRAÇA PAES / PHOTO RIO NEWS - GRAÇA PAES / PHOTO RIO NEWS
11.out.2015 - Gabriel Braga Nunes, Ana Paula Arósio, o diretor Vinícius Coimbra e Nelson Xavier na exibição de "A Floresta que se Move" no Festival do Rio
Imagem: GRAÇA PAES / PHOTO RIO NEWS

Em debate realizado com o público, após a exibição no Cine Odeon, o diretor destacou seu filme como uma peça de teatro, na tentativa de criar um elo com o público.

"Discordo da polarização entre arte e popularidade. Arte se perpetua porque é popular. Quero mostrar que é possível ter uma obra dramática que se comunica com o público. Brasileiro gosta de comédia, temos um longo prazo para mostrar que podemos fazer um drama que se comunica com o público", afirmou.

Ao ser convidado para participar da produção o ator Fernando Alves Pinto (que vive o filho de Heitor) desconfiou do uso da peça de Shakespeare na íntegra, em português. "Não achava que ia ser bom, adaptações de Shakespeare não dão certo. Mas acreditei quando vi o roteiro, enxuto com as palavras mantidas", disse.

A produtora Elisa Tolomelli destacou a dificuldade em conseguir fundos para fazer o filme, e contou que lançou mão de coproduções estrangeiras com Uruguai e Alemanha. "Cada centavo usado está na tela. É emocionante ver o filme pronto, sem desperdício", completou ela sobre o longa, que tem estreia prevista para 5 de novembro.