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Novo rosto de "Star Wars", Daisy Ridley atuava de graça há três anos

Tiago Dias

Do UOL, em São Paulo

22/12/2015 07h00

Muito se falou sobre o retorno de Han Solo (Harrison Ford), a Princesa Leia (Carrie Fisher) e Luke Skywalker (Mark Hamill) em “Star Wars: O Despertar da Força”, mas é na figura de uma bela moça de 23 anos, nova e desconhecida, que está o futuro da franquia.

Com sua personagem Rey, a atriz Daisy Ridley orbita entre a ação e a emoção que rege a nova aventura, embora a atriz não a veja como uma super-heroína. “Ela é uma garota normal, empurrada pelas circunstâncias extraordinárias”. A frase serve tanto para sua personagem quanto para si própria.

Assim como Rey, uma catadora de sucata do planeta Jakku, de passado misterioso que se vê às voltas de uma grande disputa intergaláctica, Daisy chegou a Hollywood sem ninguém saber sobre sua origem. “O Despertar da Força” é apenas seu segundo longa-metragem, e o primeiro a estrear.

O anterior, “Scrawl”, projeto pequeno do cineasta Peter Hearn, teve suas primeiras exibições em festivais no segundo semestre desse ano.

Muito antes de estampar pôsteres e trailers em todo o mundo, Hearn havia conhecido Daisy em um anúncio de supermercado. “Havia algo ali, um brilho sob ela”, disse o diretor ao “Guardian”. “Tenho certeza que ela estava trabalhando em um bar quando fizemos o teste com ela”.

É possível. Em 2012, em uma galáxia muito distante de Hollywood, Daisy trabalhava de graça em alguns curtas-metragens, batalhando por experiências e pelo prazer na atuação. Acabou cavando mais espaço na TV britânica, em pequenas participações em séries como “Casualty”, “Toast of London”, “Silent Witness” e “Mr. Selfridge” – um lugar ótimo para começar, segundo ela. “Ninguém tem qualquer expectativa até me verem no filme”, disse à “Vogue” meses antes da estreia de “Star Wars”.

Ridley ficou sabendo que a Disney estava procurando novos rostos para a franquia e pressionou seu agente para que conseguisse participar das audições. Fez cinco testes com o diretor J.J. Abrams.

“Era algo que eu amava na trilogia original”, disse o diretor à revista “Elle”. “Idealmente, precisávamos de pessoas como a Daisy, com um pouco de experiência, mas bastante nova no jogo”.

Daisy acredita que foi a esperança no olhar de esperança que a fez chegar à Rey. “Acho que foi algo que me conduziu pelas audições -- mesmo que o sentimento fosse insano fora de qualquer coisa que eu poderia imaginar, havia algo dentro de mim que dizia que eu poderia fazê-lo”, disse à “Variety”.

Entre as estrelas e a Universidade
Daisy cresceu no oeste de Londres e começou a estudar teatro musical na escola. Embora tivesse um ator na família -- o avô Arnold Ridley apareceu em uma comédia clássica britânica chamada “Dad’s Army” –, ela conta que não tinha muita vontade de atuar. Segundo o “Guardian”, ela agradece até hoje a uma professora do curso por ter despertado a paixão.

A atuação, no entanto, divide espaço com outros desejos da atriz. Ela já está garantida para os próximos dois filmes da nova trilogia da saga, mas também se matriculou recentemente em um curso de Ciências Sociais.

Fã de Julia Roberts e Meryl Streep, ela ainda se espanta ao perceber que entrou em um furacão midiático. ”Obviamente, os fãs são maravilhosos, eles são tão animados, mas eu não sou a Rey, e as pessoas tendem a não ser capaz de diferenciar nós duas", disse à “EW”.

"Acho incrível que ela toque esse público ", continua. "Eu acho Rey uma grande personagem para as pessoas verem e talvez se relacionar com ela."

Ela mesma não conseguiu aguentar e chorou por dez horas após assistir “O Despertar da Força” pela primeira vez. "Eu não tenho um papel do sonho após isso", diz.