Topo

"Diversidade não é negação a nada", diz Chiwetel Ejiofor sobre Oscar 2016

16.fev.2014 - Chiwetel Ejiofor ao vencer prêmio de melhor ator por "12 Anos de Escravidão" no Bafta 2014 - EFE
16.fev.2014 - Chiwetel Ejiofor ao vencer prêmio de melhor ator por "12 Anos de Escravidão" no Bafta 2014 Imagem: EFE

James Cimino

Colaboração para o UOL, em Los Angeles

26/02/2016 07h00

Chiwetel Ejiofor, indicado a melhor ator no Oscar 2014 por "12 Anos de Escravidão", não estará este ano na competição pela estatueta dourada. Mas o astro britânico, filho de pais nigerianos, está atento ao debate racial que promete rondar a cerimônia no próximo domingo (28), em Los Angeles. "É claro que nosso dever é promover um senso de diversidade", disse ele em entrevista ao UOL.

Ejiofor repercutiu o comunicado divulgado em janeiro por Cheryl Boone Isaacs, presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, lamentando a falta de diversidade na lista dos indicados ao Oscar, ao qual nenhum ator negro foi indicado, e disse que está trabalhando duro para mudar esse cenário para o ano que vem e trazer mais inclusão.

"[A diversidade] Faz os filmes melhores, faz a imprensa melhor e é bom para nossa sociedade", afirmou Ejiofor. O ocidente não vai ficar 'menos diverso'. Então, neste momento, temos uma responsabilidade com nossos filhos e netos para que eles tenham uma sociedade da qual se orgulhem. Reflete a gente".

O ator de 38 anos lembrou que todos os filmes aos quais ele cresceu assistindo refletem uma perspectiva diferente da que sempre teve, mas que isto era algo normatizado. "Esses filmes tinham a perspectiva de homens brancos. De 'Intriga Internacional' a 'De Volta para o Futuro' e 'Curtindo a Vida Adoidado’ ou 'Scarface', você tem uma perspectiva de uma vida que não é a mesma que você viu sua vida toda. Então você vê 'Carol', por exemplo, e é uma perspectiva diferente deste mundo que foi preestabelecido. Diversidade não é negação a nada. Ninguém está dizendo que o mundo seria melhor se tivesse menos diversidade".

Para ele --que é um dos protagonistas do filme de ação "Triple 9", previsto para estrear no Brasil em 31 de março--, as mudanças que vêm acontecendo nos dias de hoje são irreversíveis. "Nós todos amamos filmes, e é por isso que estamos neste ramo".